Geral

Caco Barcellos vem a Maceió receber Prêmio Alagoas de Direitos Humanos

Escritor e jornalista já foi premiado com o Troféu Especial das Nações Unidas pela defesa aos Direitos Humanos

Por Agência Alagoas 27/11/2018 11h11
Caco Barcellos vem a Maceió receber Prêmio Alagoas de Direitos Humanos
Caco Barcellos - Foto: Lufe Gomes/Ed.Globo

Um currículo extenso e rico, uma história de vida de superação e coragem, uma carreira profissional recheada de reportagens investigativas nos rincões perigosos e violentos do Brasil, e vários livros publicados, com um olhar de sensibilidade para as mazelas humanas, o jornalista Cláudio Barcellos, mais conhecido como Caco Barcellos, trabalha colocando em evidência questões de extrema importância para retratar as desigualdades sociais e os direitos humanos, independentemente de classe social, econômica, política.

Caco vem a Maceió para ser um dos homenageados no Prêmio Alagoas de Direitos Humanos, uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), o qual ocorrerá no dia 7 de dezembro, no anexo do Teatro Deodoro, às 19h30. Na ocasião, Caco participará de uma roda de conversa sobre Direitos Humanos.

Formado em Jornalismo pela Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul, é considerado o terceiro jornalista mais premiado de todos os tempos, segundo ranking do grupo Jornalistas & Cia. Foi vencedor de mais de vinte prêmios por reportagens especiais e documentários produzidos para televisão. Porém, o Troféu Especial das Nações Unidas, em 2008, conferido aos cinco jornalistas que mais se destacaram na defesa dos direitos humanos nos últimos 30 anos no Brasil, foi uma das principais conquistas.

Também lhe foi conferido dois prêmios Vladimir Herzog, um pela reportagem sobre os vinte anos do atentado militar deflagrado no Riocentro durante as comemorações do Dia do Trabalho e outros, em 2003 e 2004, pelo livro-reportagem: “Abusado, o dono do morro Dona Marta”, ao qual revela tráfico existente nos morros do Rio de Janeiro, o surgimento de grandes traficantes e seu relacionamento com a comunidade. Escrito em forma de romance, Abusado ficou por cerca de um ano nas listas dos mais vendidos no país.

O jornalista também é autor de livros que tocam diretamente no assunto dos direitos humanos. Além de “Abusado”, outra obra se destaca: “Rota 66: A Polícia que Mata”. Para escrevê-lo, Caco passou oito meses pesquisando, noites sem dormir e foi vítima de inúmeras ameaças por denunciar a truculência da polícia paulistana nas periferias da cidade. Após muita pesquisa, Barcellos identificou 4.200 jovens assassinados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Depois de lançar a obra, foi para o exterior, pois causou descontentamento em muitos coronéis da PM.

Sobre o Prêmio Alagoas de Direitos Humanos, Caco Barcellos afirma estar muito feliz por ser um dos agraciados. “Essa iniciativa da Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas representa para nós um reconhecimento de quem dá valor ao nosso trabalho, meu e dos colegas que fazem comigo o Profissão Repórter. Recebemos como um incentivo que ajuda a acreditar na relevância dos trabalhos sociais no jornalismo. Continuaremos com gratidão”, revelou. 

Para a secretária da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria José da Silva, o nome de Caco Barcellos foi unanimidade entre a comissão da Semudh que escolheu os agraciados, por ser um profissional do dia a dia do jornalismo, que corre riscos para levar o melhor produto para o público, com um conteúdo rico, que faz de suas reportagens uma forma de evidenciar a necessidade de se respeitar os direitos humanos, nas suas mais diversas formas. Tem diversos livros publicados e um reconhecimento de várias instituições sobre a importância do seu trabalho.

 “Queremos efetivar uma premiação que destaque pessoas e instituições que se dedicam no dia a dia à defesa da vida, nas mais diversas formas e áreas. Será nossa contribuição para que a sociedade perceba que Direitos Humanos estão em todos os lugares, do respeito à fila no banco, ao direito à saúde, moradia, acesso à educação gratuita, combate à mortalidade infantil, à vaga do idoso em estacionamento, à inclusão da pessoa com deficiência, o direito à ressocialização na sociedade para os que estão privados de liberdade “pagando” o preço do que determina a lei, tudo passa pelos direitos humanos”, defende Maria.