ONU anuncia US$ 738 milhões para países que recebem venezuelanos
Pela primeira vez, Venezuela é incluída no plano humanitário anual das Nações Unidas, e países vizinhos que acolheram refugiados devem receber auxílio para lidar com fluxo de migrantes.

A ONU anunciou nesta terça-feira (4) que pretende arrecadar US$ 738 milhões para destinar, no ano que vem, aos países da América do Sul e Caribe que receberam venezuelanos.
Essa é a primeira vez que a crise na Venezuela é incluída no no plano humanitário anual das Nações Unidas. O orçamento total de 2019 é estimado em US$ 21,9 bilhões, sem incluir os recursos para a Síria.
"Pretendemos ajudar os países vizinhos da Venezuela a enfrentar as consequências do fluxo de venezuelanos que os procuram", afirmou Mark Lowcock, sub-secretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, em Genebra, durante a apresentação do plano humanitário global para 2019.
A grave crise econômica que afeta a Venezuela, marcada pela escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, provocou um êxodo de centenas de milhares de venezuelanos. A ONU estima que 3 milhões já deixaram o país desde 2015.
A América Latina é a região que mais recebeu esses migrantes, totalizando 2,4 milhões. Destes, mais de 1 milhão foram para a Colômbia, 500 mil para o Peru, 220 mil para o Equador, 130 mil para a Argentina, 100 mil para o Chile, 94 mil para o Panamá, e 85 mil para o Brasil.
De acordo com um relatório da ONU, estima-se que, em 2019, 3,6 milhões de venezuelanos que deixaram ou deixarão o país precisarão de assistência e proteção, sem que seja previsível o retorno no curto e médio prazo.
Lowcock disse que praticamente todos os países da América do Sul e vários do Caribe receberão recursos, que serão proporcionais ao número de refugiados que abrigaram.
A ONU disse ainda que reforçará a ajuda à Venezuela nas áreas de saúde e nutrição, podendo ampliar essa proposta, se houver vontade política das autoridades locais. No final de novembro, as Nações Unidas aprovaram destinar US$ 9,2 milhões em ajuda humanitária para o país.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vinha negando a crise e, por isso, se recusava a receber a ajuda emergencial. Nos últimos meses, a ONU constatou que a vulnerabilidade dos refugiados se acentuou, depois de a maioria deles ter percorrido milhares de quilômetros durante várias semanas, atravessando vários países até chegar ao seu destino.
A ONU prevê que o fluxo de migrantes e refugiados para outros países da região continuará no próximo ano. "Isso provocará um impacto na capacidade de absorção das comunidades locais", concluiu no relatório sobre a situação na Venezuela.
Sob a designação "Plano Regional de Resposta a Refugiados e Migrantes", a operação humanitária será realizada pela Organização Mundial para as Migrações (OIM) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Além da escassez de alimentos e medicamentos, a Venezuela enfrenta hiperinflação. Com uma economia dependente do petróleo, o país sofreu com a queda global do preço deste recurso, que se somou à má gestão financeira e política.
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