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Paralisação parcial do governo dos EUA continuará até acordo sobre muro, diz Trump

O presidente americano adiou suas férias na Flórida por causa das negociações.

Por G1 25/12/2018 16h04
Paralisação parcial do governo dos EUA continuará até acordo sobre muro, diz Trump
Donald Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca - Foto: Evan Vucci/AP Photo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (25) que a paralisação parcial do governo federal será mantida até que se cumpra sua exigência de financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México.

O governo dos EUA foi parcialmente paralisado no sábado (22) e até agora não há indicação de esforços de reabrir as agências fechadas pelo impasse político que foi gerado após a demanda de Trump por fundos para o muro na fronteira sul.

"Eu não posso te dizer quando o governo vai reabrir", disse ele, depois de uma videoconferência de Natal com militares dos EUA que estão em serviço no exterior.

"Eu posso dizer que não vai reabrir até que tenhamos um muro, uma cerca, o que você quiser chamá-lo", acrescentou o presidente, falando da barreira que, segundo ele, impediria a entrada de pessoas com drogas no país.

O financiamento para um quarto dos programas federais, incluindo os Departamentos de Segurança Nacional, Justiça e Agricultura, expirou à meia-noite da sexta-feira (21).

Sem um acordo para superar o impasse, a paralisação provavelmente vai se prolongar até o ano novo.

A construção do muro foi uma das promessas de campanha mais repetidas por Trump, mas os democratas se opuseram firmemente a essa iniciativa.

Início da paralisação

O governo dos Estados Unidos iniciou no sábado (22) um fechamento parcial por falta de fundos, depois que o Congresso não chegou a um acordo orçamentário para as exigências do presidente Donald Trump a respeito do muro da fronteira com o México.

Este é o terceiro fechamento administrativo que Trump enfrenta em 2018. O primeiro, em janeiro, se prolongou por três dias, enquanto o segundo, em fevereiro, durou apenas algumas horas. De acordo com a rede CNN, é a primeira vez em 40 anos que o governo fecha parcialmente três vezes em um mesmo ano.

A paralisação parcial ocorre porque o financiamento de algumas agências do governo federal venceu. Elas têm que fechar e deixar seus funcionários tecnicamente sem trabalho. Alguns funcionários federais, inclusive, podem ficar sem pagamento no Natal.

Na noite de sexta-feira (21), Trump publicou um vídeo no Twitter em que mais uma vez defende a construção do muro, para barrar a entrada de imigrantes ilegais, drogas e gangues nos EUA. O presidente declarou que "espera que o bloqueio não dure muito".

A paralisação parcial afeta os departamentos de Segurança Interna, Justiça e Agricultura. Na prática, ocorre na véspera do Natal e também em uma época em que muitos escritórios estão fechando os balanços no final do ano, o que minimiza seu impacto.

A vantagem para Trump é que os programas governamentais estão financiados até 30 de setembro de 2019, incluindo os dos Departamentos de Defesa, Trabalho e Saúde e Serviços Humanos.

Serviços afetados

Com a falta de orçamento, vários ministérios e agências governamentais fecharam na manhã de sábado (22), o que deixou 400 mil funcionários públicos em licença não remunerada. Outros 400 mil, que trabalham em serviços considerados essenciais (alfândega, segurança aeroportuária, inspeção de saúde, entre outros), são obrigados a trabalhar sem receber salário, em um momento importante das festas de fim de ano.

A paralisação afeta dependências importantes, como o FBI e os departamentos de Segurança Interior, Transportes e Tesouro. Também são afetados os parques nacionais, muito visitados nesta época de feriado, como o Grand Canyon.

Também foi afetado o Mall, esplanada verde situada no coração de Washington, onde fica a Árvore de Natal Nacional. "Área fechada devido ao bloqueio do orçamento federal", diz o cartaz em frente ao monumento. No parque, as lixeiras transbordavam, após dias sem coleta.

Andrea Leoncini e a mulher, Roberta, viajaram de Roma aos Estados Unidos para a sua lua de mel, prejudicada pela paralisação do governo. Na Filadélfia, não puderam visitar o prédio onde foi assinada a Declaração de Independência e a Constituição. Em Washington, encontraram o Arquivo Nacional fechado.

"Esta noite iremos para Nova York, contou Roberta. "Esperamos que isso termine logo, que possamos ver tudo que tínhamos planejado".

A Estátua da Liberdade permanece aberta ao público, graças ao financiamento de suas operações pelo estado de Nova York.