Economia

Após três anos de queda, Alagoas registra saldo positivo em postos de trabalho

Em 2018, o Comércio admitiu cerca de 22.941 colaboradores e desligou 21.461

Por Assessoria 22/01/2019 13h01
Após três anos de queda, Alagoas registra saldo positivo em postos de trabalho
Segundo dados do Caged, 1,85 milhão de vagas de trabalho formal foram fechadas em 12 meses - Foto: Arquivo/Agência Brasil

O ano 2018 figura como o primeiro, após a crise, com um saldo líquido positivo na geração de postos de trabalho. A análise é do Instituto Fecomércio Alagoas ao avaliar os números oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Ao longo do ano, o Comércio admitiu cerca de 22.941 colaboradores e desligou 21.461, gerando um saldo positivo de 1.480 colaboradores entre janeiro a novembro. No mesmo período, em 2017, o saldo foi negativo, pois houve perda de 721 postos de trabalho. E quando verificado o saldo de 2016, a perda de empregos no setor foi ainda maior: 3.050 postos – maior até do que em 2015, primeiro ano da crise, no qual a redução de colaboradores foi de 2.060.

Para o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, o saldo positivo de 2018 teve como fatores o bom desempenho do Comércio e a recuperação dos Serviços em 2018. Até novembro, o volume de vendas do Comércio cresceu 0,7% e a receita nominal subiu 2,7%. Comparado com novembro de 2017, o volume de vendas aumentou 3,7% e, a receita, 7,2%. Isso demonstra que, em comparação aos mesmos meses de 2017, o setor vendeu mais e, consequentemente, aumentou a demanda por mão de obra.

Em relação ao setor de Serviços, embora ainda não tenha saído de sua situação negativa, vem se recuperando. O volume de serviços acumulado no ano, em comparação a 2017, está 2,2% menor e a receita 1% menor, mas na média móvel trimestral, aponta alta de 1,7% em serviços e de 2,5% na receita do setor. Como a média representa os meses de setembro a novembro de 2018, observa-se maior demanda no setor por conta do fim de ano.

Ainda segundo o economista, em um contexto geral, mesmo que a economia brasileira ainda não tenha se firmado em diversos indicadores, como na produção industrial, nas vendas nos setores de hipermercados e supermercados, na construção civil e na produção de automóveis, o desempenho alagoano é um fato positivo porque demonstra que as expectativas dos empresários incentivaram a demanda por mão de obra e pequenos investimentos, garantindo emprego e renda.

“O fato é que o setor de Comércio, somando com Serviços e o setor terciário total, é o setor que mais emprega em Alagoas. Já chegou a empregar com carteira assinada cerca de 242 mil pessoas no terceiro trimestre de 2015, e hoje emprega 200 mil pessoas, valor 17% menor”, observa Felippe, acrescentando que por conta da informalidade e pela desistência de buscar empregos formais, a taxa de desemprego de Alagoas no segundo trimestre de 2018 caiu para 17,3% – no primeiro trimestre era 17,7%. “Há espaço para comemorarmos o fato de o setor voltar a empregar, mas ainda irá demorar alguns anos para recuperar seu auge e se equiparar aos números de 2015”, avalia Felipe.