Tuberculose: Maceió conta com tratamento descentralizado
Tuberculose é uma doença grave, mas tem cura
Tosse persistente por mais de duas semanas. Esse é o sinal mais comum de uma doença grave, mas que tem cura caso seja tratada adequadamente, a tuberculose. Em Maceió, o tratamento é feito de maneira descentralizada em todas as unidades de saúde, contando com o 2º Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá Bernardes, localizado no Poço, como a unidade de referência no diagnóstico da doença.
A tuberculose é causada pelo microorganismo Bacilo de Koch, cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis, e apresenta ainda catarro, na maioria dos casos, e também pode causar perda de peso e febre. A transmissão da doença é feita pela tosse, espirro e fala – por meio de gotículas de saliva-, mas não acontece com o contato com a pele, talheres e toalhas.
Em Maceió, o Programa Municipal de Controle da Doença é o responsável por desenvolver ações de orientação e prevenção nas unidades de saúde. De acordo com a técnica do programa, Tatiana Almeida, a cada ano surgem 500 novos casos da doença no Município. “Desse total, aproximadamente 70% conseguem a cura, mas cerca de 4% chegam a óbito. Isso acontece, porque infelizmente as pessoas já buscam o tratamento tarde, por desconhecerem os sintomas”, explicou.
Tatiana enfatizou ainda a importância da conclusão do tratamento, que dura seis meses, quando não há necessidade de estender. “O paciente apresenta uma melhora muito grande nos primeiros meses, então pensa que já está curado e abandona o tratamento por achar que não precisa mais. Só que a doença não está curada ainda e esse paciente pode ter complicações, como uma doença mais resistente aos medicamentos”, contou.

Gratuito e feito integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes diagnosticados com a doença precisam concluir e realizar o acompanhamento durante o período de tratamento na unidade de saúde mais próxima de casa. “A tuberculose mata, mas é uma doença que tem cura. Por isso, é importante fazer esse diagnóstico precoce, porque ainda temos altos índices de óbito e são mortes que poderiam ter sido evitadas”, relembrou a técnica.
Para fazer o exame do escarro, para o diagnóstico da doença, não precisa de marcação, basta comparecer a unidade mais próxima ou ao 2º centro de Saúde. A baciloscopia (material) coletada nas unidades é encaminhada ao 2º centro para análise. A previsão é que de 15 a 20 dias o paciente não transmita mais a doença, mas é necessário uma confirmação com um exame que é feito no final do primeiro mês.
Tratamento especial
No caso de pacientes transplantados, que possuem alguma doença que pode baixar a imunidade ou apresentam resistência a alguma das medicações, o tratamento é diferenciado.

“Esses usuários são acompanhados no 2º Centro de Saúde e recebem um acompanhamento especial, com medicação específica para cada caso. Eles são cadastrados no siteTB, que é o portal do Ministério da Saúde para tratamentos especiais da doença”, explicou Edja Alencar, técnica de Enfermagem do Programa de Controle da Tuberculose do 2º Centro de Saúde.
No último mês de tratamento, o aposentado Mauro Alves relata a importância da assistência prestada. Ele precisou fazer um tratamento diferenciado por já ter feito transplante dos rins. “A informação pesa muito, porque sem isso o paciente não sabe nem o que pode ser tuberculose. No começo foi muito difícil, porque eu não tinha informação nenhuma e isso é importante pra gente fazer e seguir com o tratamento”, afirmou.
O aposentado lembrou ainda a importância de manter o tratamento com responsabilidade. “Não deixei nem um dia de tomar minha medicação e agora já estou terminando. O tratamento aqui [no 2º Centro] é excelente, só tenho elogios a fazer, porque elas esclarecem a necessidade de fazer completo. Também é tudo de graça e o pessoal é bem atencioso”, frisou.
O 2º Centro recebe também demandas de todo o estado, já que conta com as pneumologistas Sandra Reis e Fátima Alécio, que são referência no tratamento e diagnóstico da doença.

Outra ação desenvolvida para os pacientes em situação de vulnerabilidade é a distribuição de cestas básicas, que acontece desde o ano passado. As coordenadoras dos Distritos Sanitários são as responsáveis por avaliar a condição social de cada um. “A medicação dá muita fome, então alguns pacientes, que não têm muitas condições, abandonam o tratamento para não sentir tanta fome. Então, a gente dá a cesta básica para os pacientes, visando tanto a nutrição, como para evitar o abandono”, ressaltou Tatiana Almeida.
Atenção ao familiar
Os familiares e pessoas do convívio do paciente diagnosticado com tuberculose também devem fazer exames para verificar se o bacilo está presente no organismo, mas ainda não se desenvolveu. Nestes casos, denominados infecção latente, os usuários devem fazer o tratamento de seis meses, na unidade de saúde mais próxima, tomando apenas um medicamento por dia.

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