Em missa com viúva de Ustra, bispo alagoano teria dito que quer dar veneno de rato para Caetano Veloso
O bispo, da Arquidiocese Militar, soltou nota dizendo que "em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor"

Em missa na noite do dia 31 de março, aniversário do golpe de 64, com a presença de Joseita Brilhante Ustra, viúva do coronel Brilhante Ustra, o bispo alagoano dom José Francisco Falcão, da Arquidiocese Militar, disse que gostaria de “dar veneno de rato” para o músico Caetano Veloso.
Segundo informações da coluna Radar, da revista Veja, ao tratar de disciplina e hierarquia, o bispo disse que até mesmo as liberdades têm suas restrições. E citou uma canção de Caetano Veloso, “É proibido proibir”.
“E tem um imbecil que nos anos 70 cantou que é proibido proibir. Gostaria de dar veneno de rato para ele”, relatou o bispo na missa realizada na Paróquia Militar de São Miguel Arcanjo e Santo Expedito, em Brasília.
Após repercussão do caso, o bispo usou a página no Facebook Amigos de Dom José Francisco Falcão para dizer que “em nenhum momento do transcurso da Missa fez-se alusão ao nome de qualquer cantor ou compositor”.
“No transcurso da homilia, gravada em áudio, que comentou exclusivamente as leituras litúrgicas, ao se falar da atitude do filho pródigo ao abandonar a casa do Pai, em busca de uma liberdade sem proibição, aludiu-se ao correto significado de “liberdade”, que comporta um conjunto de restrições, portanto de proibições; de fato, dos dez mandamentos da Lei de Deus, seis são proibições. Daí que, na visão cristã, não se pode falar de “liberdade” e, ao mesmo tempo, de “proibição à proibição””, relatou o bispo.
Ele também negou que durante o “transcurso da Missa falou-se de “ditadura” ou de “golpe” ou se agradeceu a Deus por outro motivo senão pelos novos promovidos, um dos quais, o Gen. de Divisão Ayres, usou da palavra para agradecer a Deus”.
O bispo disse que a celebração foi realizada “em ação de graças unicamente pelas promoções dos oficiais generais do Exército Brasileiro”, sem alusão às comemorações do aniversário do golpe de 64.
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