O delegado Ricardo Menezes, do 2º Distrito da Capital, revelou nesta quarta-feria (3) que vem recebendo a denúncia de pelo menos um caso por semana do novo golpe de estelionato, que vem sendo aplicado por meio de anúncio de venda clonado, publicado no OLX.

Na terça-feira (2), o delegado Leonardo Assunção, do 1º Distrito da Capital, já havia alertado sobre o aumento desses casos, informando que pelo menos cinco deles haviam sido registrados nos últimos 30 dias, em sua delegacia.

Na nova modalidade do golpe, o estelionatário clona um anúncio de um veículo que existe, normalmente publicado em sites de venda como OLX, mas com um valor inferior e seus dados para contato.

Ricardo Menezes explica que o comprador, interessado pelo preço, entra em contato com o estelionatário que age como se fosse um intermediário do verdadeiro vendedor. A cada um deles, o golpista afirma que o outro tem uma dívida com ele e os convence de não conversarem sobre valores quando for feita a visita para ver o veículo. E chega a dizer ser parente do verdadeiro vendedor.

Assim que o negócio é fechado, o intermediador informa ao comprador a conta bancária para depósito, e insiste que este depósito seja feito rapidamente.

Geralmente, o dinheiro chega à conta e, somente aí o golpe é descoberto, pois o comprador verifica que o depósito não foi realizado em nome do verdadeiro vendedor e sim de um integrante da quadrilha de estelionatários.

O estelionatário nunca está presente durante as intermediações. “Ele liga, manda mensagens pelo WhatsApp, mas nunca aparece”, explicou.

Os números de telefones utilizados pelos golpistas são de Alagoas, mas as contas utilizadas para os depósitos, em nome de laranjas, são normalmente do Mato Grosso do Sul e também de Goiás, o que dificulta as investigações.

“Recomendo que as pessoas tenham muito cuidado nas compras feitas através dos sites de venda na internet. Desconfiem sempre de preços baixos, inferiores aos de mercado, e nunca façam depósitos a não ser na conta do verdadeiro vendedor do veículo. Se desconfiar de alguma coisa procure sempre a polícia”, completou Ricardo Menezes.