Confiança do empresário do Comércio recua 2,5% em Maceió
Elevado índice de desemprego e a demora na reforma previdenciária estão entre os motivos que impactaram no desempenho do indicador
Após cinco meses consecutivos de alta, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de Maceió registrou a primeira queda da série histórica, conforme sinaliza a pesquisa do Instituto Fecomércio AL realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Na variação mensal, a queda foi de 2,5%. Contudo, na variação anual, comparando (mai/19 ante mai/18), os empresários se mostram ainda confiantes sobre o Comércio, consumo e a economia local e nacional, apresentando alta de 8,7%.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, a quebra no ritmo consecutivo de altas tem como um dos fatores a redução 3,7% no volume de vendas em Alagoas no primeiro trimestre, como demonstrado na Pesquisa Mensal do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na questão do faturamento, houve alta de 0,7% de janeiro a março. Descontando-se a inflação, o faturamento real caiu 0,82%.
Outro fator apontado pelo economista é a variação trimestral da taxa de desemprego em Alagoas. Embora tenha permanecido estável, pois apresentou alta de 0,1%, a taxa continua elevada, ficando no marco de 16%. Nacionalmente, o crescimento da taxa de desemprego foi de 1,1%, com um volume global de 12,7%. Com o desemprego em alta, há a redução do consumo das famílias; fato que impacta diretamente na confiança dos empresários.
Mas não são apenas estes os motivos. “O travamento da reforma previdenciária e das demais reformas propostas pelo governo compromete o desenvolvimento da economia. Grandes investidores estrangeiros e empresários de diversos setores esperam por isso. Assim, a incerteza reduz investimentos e a economia patina”, avalia Felippe, acrescentando que no primeiro trimestre computado a economia decresceu 0,2%, a projeção de crescimento de 2019 já foi revista quinze vezes e o que era um crescimento previsto de 2,5% não passará de 1% considerando o cenário mais otimista.
Reflexos
Todos os indicadores sobre o consumo em maio tiveram baixo desempenho, repercutindo nas expectativas de mercado até o final do ano e nos investimentos. Na variação mensal, o indicador de condições atuais do comércio apontou queda de 4,8%, sendo puxado por um recuo de 6,4% sobre a percepção dos empresários do setor em relação a economia.
No indicador de expectativa do empresário do comércio, a redução foi de 2,4%, também puxado pela economia brasileira. “Aqui o índice demonstra que os empresários não confiam na economia brasileira e na sua dinâmica até o final de ano, reduzindo em 4% sua confiança no país e na economia”, observa o economista.
Já o indicador de investimento do empresário do Comércio não teve variação, enquanto a análise sobre a contratação de funcionários teve queda de 1,9% e as empresas reduziram seus investimentos em 1,2%. O único subindicador que teve elevação foi o nível de estoques aumentou, com 3,9%.