Secretário de Cultura do governo federal é exonerado dois meses após a nomeação
Seu antecessor, Henrique Pires, deixou o posto em agosto, após a suspensão de edital com séries sobre temas LGBT
O presidente Jair Bolsonaro decidiu exonerar o secretário especial da Cultura do Ministério da Cidadania, Ricardo Braga, dois meses após nomeá-lo para o cargo. A exoneração foi publicada no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (6).
Seu antecessor, Henrique Pires, deixou o posto em agosto, depois que o Ministério da Cidadania suspendeu um edital com séries sobre temas LGBT. Para Henrique Pires a medida configurou censura.
"Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura", afirmou Henrique Pires quando decidiu deixar o cargo.
A decisão de suspender o edital foi tomada em meio a diversas críticas de Bolsonaro à destinação de recursos públicos a filmes com temáticas que desagradam ao presidente, como a LGBT.
Bolsonaro já afirmou que, se não puder impor "filtros" às escolhas da Agência Nacional de Cinema (Ancine), irá extinguir o órgão (veja no vídeo abaixo).
Exoneração no MEC
O "Diário Oficial da União" desta quarta trouxe, ainda, a nomeação de Ricardo Braga para o cargo de secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação. A área é responsável pelo credenciamento de universidades privadas.
Braga vai substituir Ataíde Alves. Segundo reportagem do jornal "O Globo", o ministro da Educação, Abraham Weintraub, decidiu demitir o secretário por morosidade nos processos de autorização de cursos e lentidão na desburocratização do setor.