TCs discutem com CNJ estratégias para retomar obras paralisadas
Foi solicitado aos Tribunais de Contas um levantamento das obras paralisadas nos Estados, para que fosse montado um quadro geral da situação

Buscando encontrar estratégias que possibilitem a retomada das obras paralisadas no Brasil, foi realizada nesta terça-feira (19), em Brasília, a reunião interinstitucional convocada pelo ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal. O Tribunal de Contas do Estado de Alagoas foi representado pelo seu presidente, conselheiro Otávio Lessa.
Foi solicitado aos Tribunais de Contas um levantamento das obras paralisadas nos Estados, para que fosse montado um quadro geral da situação. O objetivo é fomentar a continuidade e entregar, o mais rápido possível, os serviços públicos à sociedade, além de motivar um crescimento na economia com a criação de oportunidades de emprego.
Além dos Tribunais de Contas, há a previsão de que os representantes do Tribunais de Justiça, do Ministério Público, inclusive o MP de Contas, o governo federal, gestores estaduais e municipais, os legislativos, órgãos ambientais, entre outros participem do grupo.
LEVANTAMENTO
Os Tribunais de Contas foram responsáveis pela elaboração de um diagnóstico das grandes obras suspensas e paralisadas no Brasil. O levantamento foi produzido a partir de uma pesquisa declaratória com os jurisdicionados, entre 15 de fevereiro e 15 de março de 2019, considerando uma margem de corte nos valores de contrato acima de R$ 1,5 milhão e execução a partir do ano de 2009.
Com base nesses critérios de referência, os Tribunais de Contas do Brasil detectaram 2.555 obras (paralisadas ou suspensas), com valores contratados que atingem a cifra de R$ 89.559.633.165,90. Nesse montante, foram identificadas 543 obras de creches e escolas paralisadas em todo o país, com financiamentos públicos que superam, somente nesses casos, a cifra de R$ 3,6 bilhões.
O presidente Fábio Nogueira reafirmou que o Sistema Tribunais de Contas estará sempre a postos para discutir pautas republicanas e colaborar para a solução da crise socioeconômica que o país enfrenta. “Somos guardiões do maior banco de dados da administração pública, possuímos instrumentos técnicos, tecnológicos e pessoal qualificado. Todos esses recursos estão à disposição do Brasil”, assegurou.
O presidente do TCU, José Mucio, salientou que essa relação interinstitucional é muito salutar para os interesses da cidadania. De acordo com o ministro, essa é uma característica do Controle Externo Contemporâneo: a apresentação de resultados efetivos à sociedade.
Para o conselheiro Edilson Silva (CNPTC) essa cooperatividade, que se estabelece entre os órgãos da República, será capaz de apontar caminhos para a solução dos problemas sociais, sobretudo quando se trata da oferta de equipamentos de ensino. “Temos consciência de que nenhuma área é mais fundamental que a educação”, reforçou.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Antonio Roque Citadini, foi um dos que demonstraram o maior interesse em contribuir com a estratégia. O conselheiro colocou a ferramenta ‘Painel de Obras Atrasadas ou Paralisadas’, desenvolvida pela TCE-SP, à disposição dos trabalhos.
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