Polícia Civil para de divulgar nomes e fotos de presos em Alagoas
Medida faz parte da lei de abuso de autoridade que entrou em vigor no dia 03
Em publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (13), o delegado-geral de Polícia Civil de Alagoas, Paulo Cerqueira traz recomendação referente a publicação da Lei nº 13869/19, que entrou em vigor no último dia 03 em todo o país.
A recomendação foi expedida aos delegados de polícia, agentes e escrivães que integram os órgãos colegiado, estratégicos, de gestão administrativa, finalística, operacional e correcional da Polícia Civil do Estado.
Entre as medidas a serem evitadas pelos agentes policiais estão: a não exibição do corpo do apreendido ou preso, bem como a divulgação de seu nome na imprensa e nas redes sociais.
Confira na íntegra os procedimentos que devem ser evitados pelos agentes públicos no exercício da função policial são:
I - Exibição do corpo (total ou parcial) do conduzido, apreendido, preso ou detento, bem como a divulgação de seu nome e sua imagem, submetendo-o à situação vexatória ou à constrangimento não autorizado em lei;
II - Divulgação de gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
III - Atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação, por meio de comunicação, inclusive rede social;
IV - Ingresso em imóvel alheio (ou em suas dependências), de forma clandestina, por coação, astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, ou permanência nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei;
V - Obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito;
VI - Inovação artificiosa, no curso de diligência, de investigação ou de processo, do estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade;
VII - Condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento;
VIII - Constrangimento ou ameaça de prisão para obtenção de depoimento de pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo.
IX - Prosseguimento do interrogatório de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono;
X - Não identificação por parte do agente público ou a identificação falsa ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão;
XI - Submissão do preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações;
XII - Impedimento, sem justa causa, de entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado;
XIII - Manutenção de presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento.
XIV - Instauração de procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa;
XV - Fornecimento de informação falsa sobre procedimento policial ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado;
XVI - Deflagração da persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente;
XVII - Procrastinação injustificadamente da investigação, em prejuízo do investigado ou fiscalizado;
XVIII - Recusa ao interessado, seu defensor ou advogado de acesso aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível;
XIX - Exigência de informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal;
XX - Utilização do cargo ou função pública ou invocação da condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido;
XXI - Descumprimento dos artigos 40, 41 e 43 da Lei nº 13.869, de 05 de setembro de 2019.