Brasil

Mandetta destoa de Bolsonaro e defende isolamento no Brasil

Além de defender uma uniformidade no isolamento pelo país, Mandetta ainda rebateu o presidente Bolsonaro

Por UOL 28/03/2020 18h06
Mandetta destoa de Bolsonaro e defende isolamento no Brasil
Além de defender uma uniformidade no isolamento pelo país, Mandetta ainda rebateu o presidente Bolsonaro - Foto: Dida Sampaio/ Estadão

Na entrevista de balanço dos 30 dias de casos do novo coronavírus no Brasil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, contrariou várias vezes o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), dizendo que é preciso aumentar e uniformizar as medidas de isolamento no país.

Foi anunciado pelo ministério que o Brasil tem 3.904 casos confirmados de covid-19 e 111 mortes.

Além de defender uma uniformidade no isolamento pelo país, Mandetta ainda rebateu o presidente Bolsonaro em ao menos outros três pontos:

O que disse o ministro?

Mandetta disse que o isolamento já está funcionando, que se as pessoas saírem ao mesmo tempo, faltará equipamentos de proteção para os médicos e outros materiais que precisam ser importados da China.

O ministro refutou também outro ponto que o presidente e seus apoiadores gostam de citar: que a covid-19 e a h1n1 têm semelhanças entre si.

O chefe do SUS disse também que os mais jovens também estão suscetíveis à doença e também devem se preservar, ainda que tenham sintomas mais leves, pois podem pegar a doença e transmití-la.

Mandetta também disse que a cloroquina "não é o remédio que veio para salvar a humanidade, ainda".

O que vem dizendo Bolsonaro e seus apoiadores

As declarações se opõem frontalmente às de Bolsonaro que defende a diminuição das medidas de restrição e que chegou a lançar a campanha publicitária "O Brasil Não Pode Parar", para que o Brasil volte às ruas e que estimulou uma onda de carreatas em várias cidades e estado que pedem a reabertura total do comércio.

O presidente defende o que chama de "isolamento vertical", no qual se separam alguns dos grupos que podem ser atingidos pela doença, como por exemplo, isolar só idosos. Bolsonaro tem defendido que os mais jovens e atléticos têm apenas sintomas leves, a tal da "gripezinha" que costuma citar em suas falas. O presidente também defende a volta às aulas.