Deputado estadual mais votado do RJ é suspeito de ter sido funcionário fantasma
Rodrigo Amorim é acusado de receber R$ 82 mil sem trabalhar, além de acumular cargo ilegalmente

O deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), o mais votado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 2018, com 140 mil votos, é alvo de uma ação que tramita na Justiça, suspeito de ter sido funcionário fantasma da Prefeitura de Mesquita, na Baixada Fluminense.
A ação de improbidade administrativa foi feita pela Procuradoria Geral daquele município, e obtida com exclusividade pelo G1. O Ministério Público se manifestou favorável à ação.
Segundo a acusação, entre abril de 2014 e março de 2016, ele passou pelas subsecretarias de Governo e de Planejamento – sem jamais ter trabalhado por lá e recebendo um total de R$ 82.105. A cidade tem o pior PIB per capita de todo o estado, segundo dados do IBGE.
"(Rodrigo Amorim) não compareceu ao serviço e não prestou serviço no período em que foi servidor de Mesquita, mas recebeu integralmente a sua remuneração", diz a ação.
A ação pede que a Justiça bloqueie R$ 82 mil do atual deputado, em decisão liminar (provisória). A Justiça do Rio intimou o deputado a se defender antes de decidir se aceita ou não a denúncia.
A juíza Romanza Roberta Neme quer que a defesa do parlamentar seja ouvida antes de decidir ou não pelo bloqueio dos valores.
Em nota (veja a íntegra no fim da reportagem), Rodrigo Amorim diz que "refuta as acusações, que considera caluniosas" e que nunca foi "citado ou intimado para dar qualquer esclarecimento em sede de ação civil pública, investigação, apuração prévia e nem mesmo na sindicância, no âmbito administrativo junto à prefeitura".
Dez servidores dizem nunca tê-lo visto
A investigação ouviu dez servidores das secretarias onde Amorim deveria dar expediente. Nenhum deles jamais o viu por lá.
Enquanto supostamente trabalhava no município de Mesquita, o atual deputado foi também funcionário da Câmara Municipal do Rio.
A Procuradoria de Mesquita afirma que ele não poderia acumular os dois cargos.
"O ex-servidor Rodrigo Martins Pires de Amorim deliberadamente omitiu da administração de Mesquita o fato de que acumulava cargo público na Câmara Legislativa do Município do Rio de Janeiro", diz o texto.
Amorim se notabilizou na campanha à Alerj, no fim de 2018, ao quebrar uma placa com o nome da vereadora assassinada Marielle Franco. O ato ocorreu ao lado do então candidato ao governo Wilson Witzel, em Teresópolis.
Na cidade da Região Serrana, ele também ocupou cargo comissionado indevidamente, segundo a PGM de Mesquita.
Na época em que era contratado de Teresópolis, ele dava expediente simultaneamente em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense – cidades separadas por 98 quilômetros.
Reportagem do jornal O Globo, no ano passado, apontava a suspeita de que ele também fosse funcionário fantasma na ocasião.
A denúncia afirma que a prática de receber sem trabalhar na política fluminense normalmente ocorre "em prol de apoios político-partidários, ou clientelismo, apadrinhamentos e condutas afins".
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