Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial alerta para os cuidados com a saúde cardiovascular
Cardiologista explica como evitar a doença e reforça importância de fortalecer o sistema imunológico dos hipertensos frente à pandemia do novo coronavírus

Uma doença silenciosa que afeta 35% da população brasileira, segundo dados do Ministério da Saúde. A hipertensão arterial, popularmente conhecida como “pressão alta”, é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hipertensão Arterial é celebrado no próximo domingo (26) e alerta para os cuidados com a saúde do coração. Dr. Maurício Macias, cardiologista clínico do Hapvida Maceió e membro da Sociedade de Cardiologia de Alagoas, explica que a hipertensão é uma doença multifatorial caracterizada pelo aumento anormal e permanente da pressão nos vasos sanguíneos.
“Uma pessoa é hipertensa quando a pressão se mantém elevada acima dos níveis de 140/90mmHg”, resume o especialista. O médico explica que o diagnóstico geralmente é realizado a partir da aferição da pressão durante a consulta médica e também outros exames como a medição residencial da pressão arterial (MRPA) ou MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial).
Segundo o cardiologista, a faixa etária mais acometida pela hipertensão arterial são os idosos acima de 60 anos e adultos entre 30 a 59 anos. Mas, em 2,8% dos casos, a doença crônica também pode afetar adultos jovens entre 18 e 29 anos. “Inicialmente, há maior prevalência no sexo masculino, porém, as mulheres se tornam maioria após a menopausa”, destaca Dr. Maurício Macias.
O Ministério da Saúde acredita que mais da metade dos hipertensos não sabe que tem a patologia. Das pessoas que têm conhecimento, 50% fazem uso de medicação e, dessas, apenas 45% têm a pressão controlada.
CAUSAS E TRATAMENTO
As causas da pressão alta são diversas e dependem do indivíduo que a acomete. “Na maioria dos casos a hipertensão está relacionada aos fatores de risco, como obesidade, consumo excessivo de sal, tabagismo, sedentarismo, diabetes e maus hábitos alimentares, sem esquecer do fator genético e idade”, explica o cardiologista do Hapvida.
Mas também existem aquelas situações em que a causa da hipertensão não pode ser identificada. “É o que chamamos de manifestação espontânea. Neste caso, o cardiologista sugere uma alteração no estilo de vida do paciente, como a adoção de uma dieta equilibrada e exercícios físicos”.
CHECK-UP E ACOMPANHAMENTO MÉDICO
O Ministério da Saúde alerta que 34 pessoas por hora, morrem de doenças cardiovasculares no Brasil e a pressão alta é o principal fator de risco. É por isso que o acompanhamento de um cardiologista é fundamental.
Para prevenir a hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares, Dr. Maurício Macias recomenda que todas as pessoas realizem um check-up anual com o médico de sua confiança. “Já o indivíduo hipertenso deve realizar um controle mais rigoroso a cada três meses, até ter um controle mais estável da pressão, depois passamos as consultas para cada seis meses”, diz.
“Uma hipertensão mal controlada pode gerar complicações como AVCs e infarto agudo do miocárdio, seguido por insuficiência cardíaca e insuficiência real. Cuidar da saúde é um ato de amor à vida”, destaca o cardiologista alagoano.
COVID-19: HIPERTENSOS DEVEM REDOBRAR ATENÇÃO
De acordo com um estudo recente conduzido pela American College of Cardiology, dentre os pacientes hospitalizados pelo novo coronavírus, 40% possuíam doença cardiovascular ou cerebrovascular. Entre os casos fatais, 33% tinham acometimento cardíaco associado e 7% acometimento cardíaco isolado.
O cardiologista explica que o estado inflamatório crônico pode agravar a evolução do vírus. Por isso, os indivíduos que têm pressão alta devem redobrar a atenção com a saúde durante a pandemia da COVID-19.
“Os pacientes com doenças cardiovasculares vivem buscando o ponto de equilíbrio do seu estado inflamatório crônico e seu sistema imunológico. A infecção do coronavírus gera um total desequilíbrio dos sistemas, agravando e potencializando ainda mais a ação viral nesse grupo de doentes”, expõe Dr. Maurício Macias.
O especialista também destaca a importância de o paciente continuar fazendo uso de suas medicações e evitar realizar mudanças sem consultar seu cardiologista. “A minha dica é intensificar os cuidados com a alimentação e exercícios para fortalecer o sistema imunológico. E, claro, só sair de casa se for realmente necessário”, conclui.
Quem se cuida vive mais.
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