Empresário que ofendeu enfermeiros disse ter achado que manifestação era falsa
Outras duas pessoas que aparecem em gravações agredindo os profissionais também foram identificadas
O empresário goiano Gustavo Gayer alega que gravou um vídeo criticando um protesto de enfermeiros no Distrito Federal por achar que o ato era falso. Ele contou que fez a gravação após uma moradora de rua, que estava usando um jaleco, ter dito que participou da manifestação. O empresário foi denunciado pelo Conselho Federal de Enfermagem. Outras duas pessoas, que aparecem em outras imagens agredindo os manifestantes, também foram identificadas e denunciadas.
A manifestação aconteceu no dia 1º de Maio, quando se comemora o Dia do Trabalhador. Profissionais da saúde estavam em frente ao Palácio do Planalto usando jalecos, máscaras e segurando cruzes para homenagear colegas que morreram contaminados com a Covid-19 e alertar sobre a importância do isolamento social.
Gayer negou que tenha ofendido ou agredido os profissionais de saúde que estavam na manifestação. Ele disse também que não conhece as demais pessoas que aparecem em outros vídeos ofendendo enfermeiros e técnicos de enfermagem.
“Eu vi que era uma bagunça e fui para outro lado, quando chega uma senhora, moradora de rua, com um jaleco. Nesse jaleco tinha o nome de uma médica. E isso é o que ela falou para nós: ‘Olha, eu estava ali, e eles me chamaram para participar da manifestação’. E ela mostrou o jaleco. Eu faço o meu vídeo falando: 'Olha, pessoal, parece que é uma manifestação falsa'”, alegou.
O empresário disse que seu vídeo foi editado para dar a entender que ele estava junto com os agressores, o que, segundo ele, não ocorreu. Além disso, relatou que, após a repercussão do caso, está sofrendo várias ameaças.
Segundo a denúncia do conselho, as ofensas do empresário visaram diminuir, menosprezar e ridicularizar a enfermagem como instituição e como profissão. "A palavra do conselho é indignação, porque o que a gente percebe é que os profissionais da saúde são aplaudidos no mundo inteiro como heróis e essa cena chocou", disse a procuradora da entidade, Tycianna Goes da Silva Monte Alegre.