Política

Pandemia custa caro a deputados para manter pré-candidatos

Adiamento das eleições pode mudar o cenário eleitoral

Por Berg Morais 06/05/2020 17h05
Pandemia custa caro a deputados para manter pré-candidatos
Urna eletrônica - Foto: Ilustração

O posicionamento do futuro ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Roberto Barroso, em descartar a unificação das eleições e em suspender o pleito deste ano somente em caso de extrema necessidade, está mexendo no bolso de muitos políticos.

Acontece que, enquanto a indecisão ainda permanece, os custos para manter pré-candidatos continuam. Caso as eleições sejam adiadas para dezembro – é o que provavelmente irá acontecer – essas despesas irão se estender e sair do planejamento de políticos que se dizem “bons de bolso”, e que investem em candidaturas de prefeitos e vereadores por todo o Estado.

Em Alagoas, é comum ver o empenho de deputados e senadores em eleger o maior número de candidatos nas eleições municipais para que suas bases sejam fortalecidas.

É um investimento altíssimo. Mas, na maioria das vezes, o retorno é garantido nas eleições em nível estadual.

De todo modo, o processo eleitoral deste ano divide opiniões. Há os que preferem poupar esforços (principalmente financeiros) e apoiam a unificação das eleições. Existe também os que têm interesse em apenas adiar para ainda este ano. O objetivo deste último grupo é em perpetuar no poder a família, que já está presente em diferentes cargos públicos.

Por outro lado, se as eleições para todos os cargos forem de uma só vez, haverá a perda de mandato de muitos políticos profissionais, que terão de escolher os nomes da família para os cargos que irão concorrer.

A decisão, porém, não será do ministro Barroso, e sim do Congresso Nacional. Vale lembrar que já existe uma crise interna na Câmara Federal, onde o presidente Jair Bolsonaro pretende derrubar o presidente da Casa de Leis, Rodrigo Maia, com o apoio do “centrão”, comandado pelo alagoano Arthur Lira. Os deputados também estão em bola dividida.

A verdade é que não será uma força humana que irá mudar o cenário político nacional. Será o poder de um inimigo invisível que transformou o mundo com sua capacidade em prejudicar a saúde das pessoas. A curva de contágio do coronavírus será o fator decisivo sobre quais os rumos que deveremos seguir. Até lá, o único caminho deve ser o isolamento social.