Política

Primeira sessão híbrida na Câmara de Maceió tem “descarrego” de vereadores

Um dos parlamentares mandou colega “criar juízo”

Por Marcos Filipe Sousa 04/08/2020 17h05 - Atualizado em 04/08/2020 19h07
Primeira sessão híbrida na Câmara de Maceió tem “descarrego” de vereadores
Samyr defendeu o projeto e disse que havia intensões eleitoreiras na oposição - Foto: Reprodução

A primeiro sessão da Câmara de Maceió de forma híbrida, com vereadores no plenário e outra por chamada de vídeo, nesta terça-feira (04) foi uma “sessão descarrego” entre os parlamentares com assuntos que estavam omissos durante o período de isolamento.

O tema que fez até um membro da Casa de Mário Guimarães pedir que um colega “criasse juízo” foi o projeto de lei encaminhado por Rui Palmeira que permite a suspensão dos repasses previdenciários ao Instituto de Previdência Municipal (Iprev) durante o período de pandemia, devido à crise econômica causada.

Francisco Sales (PSB) como oposição foi o primeiro a tomar a palavra, apontando o projeto como “calote, irresponsável e criminoso”. Ele ainda disse que se tratava de uma pedalada fiscal e motivo de impeachment.

Galba Netto (MDB) aumentou os ânimos quando mostrou dados apresentados pela Prefeitura durante sessão que discutiu o orçamento, de que no ano de 2019 houve recorde de arrecadação e que a cidade recebeu R$ 174 milhões do Governo Federal para o combate a pandemia, e que não havia necessidade de aprovar o projeto. 

Foi então a vez de Samyr Malta (PTC), líder do governo na Câmara, voltar a sua fala para os colegas. “Estamos no período de pré-campanha, então os discursos ficam acalorados, mas a verdade cabe em qualquer lugar. Tão dizendo que o projeto é um calote nos servidores, onde não é. Foi uma sugestão do Congresso Nacional. Esse dinheiro vai ser reposto, como foi feito em outras situações”.

O vereador disse que não estava querendo agredir ninguém, e sabia havia discordância entre ele e outros parlamentares.

Após a sua fala, Francisco e Galba Netto voltaram a falar, alegando ter dados, de que a Prefeitura está com as contas em dia. Mas o que chamou a atenção foi outros dois vereadores que pediram para falar. 

Ana Hora (MDB) se colocou como empresária, criticando o projeto e alfinetando o líder do governo. “Se eu fizer isso, a PF [Policia Federal] bate na minha porta. É apropriação indevida. E vem dizer que estamos fazendo palanque eleitoral? Nós temos certeza do que estamos falando”.

Cleber Costa (PSB) foi segundo que surpreendeu após ser citado por Samyr. “Essa desculpa de discurso eleitoreiro, foi o mesmo do ano passado quando fizemos oposição e pagamos o ônus disso. Eleitoreira será a atitude da base, e vocês não vão honrar com isso. Alguns precisam criar juízo, inclusive o vereador Samyr Malta”.