Unidades de Internação recebem mais de 200 livros do Sesc Alagoas
Leitura tem se destacado como meio pedagógico promissor para a formação cidadã dos adolescentes
As bibliotecas do sistema socioeducativo de Alagoas receberam um reforço em seu acervo através de uma parceria com o Sesc Alagoas. A instituição entregou às Unidades de Internação, coordenadas pela Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), mais de 200 livros e gibis de excelente qualidade que serão utilizados na educação dos adolescentes e jovens que cumprem medidas socioeducativas em Unidades de Internação do Estado.
A gerente de Desenvolvimento Integral da Superintendência de Medidas Socioeducativas (Sumese), Cássia Moreno, destaca que o setor pedagógico desenvolve um projeto promissor com os adolescentes chamado Clube de Leitura e que as obras disponibilizadas pelo Sesc irão fortalecer este trabalho. “A leitura traz a possibilidade de o adolescente resinificar sua caminhada, desde o gibi que é um excelente alfabetizador, até os grandes livros de romance, autoajuda e desenvolvimento pessoal. Cada história permite que o adolescente faça uma comparação com sua própria vida e veja que existem outras formas de caminhar”, afirmou.
Clássicos da literatura nacional e internacional, como Graciliano Ramos, José de Alencar, Érico Veríssimo, Aldous Huxley e José Saramago, estão entre as obras que serão disponibilizadas aos socioeducandos. No momento da entrega, o representante do Sesc Alagoas, Eduardo de Melo, ressaltou que os livros tem o poder de expandir os horizontes e trazer novo sentido para a vida dos adolescentes.
“A gente recebeu o apelo muito válido do Ministério Público para iniciar uma campanha de sensibilização da sociedade para a doação dos livros. Achamos fantástico, pois entendemos que a leitura é um processo transformador que oferece novas perspectivas, principalmente para os jovens que precisam desse apoio para se reintegrar à sociedade”, disse Eduardo.
A parceria com o Sesc surgiu a partir do projeto Roda de Conversas, de iniciativa do Ministério Público Estadual e que tem aproximado o Poder Judiciário do sistema socioeducativo durante o período de pandemia. Nas sessões virtuais com o Judiciário, foi discutida a suspensão das aulas para os socioeducandos em virtude das medidas restritivas de enfrentamento à Covid-19, e o trabalho com a leitura se mostrou a alternativa pedagógica ideal.
A titular da 12ª Promotoria de Justiça da Capital, Marília Cerqueira, é autora do projeto e tem se dedicado com afinco no desenvolvimento de ações de responsabilidade social junto ao sistema socioeducativo. Marília ressalta que a responsabilidade na garantia dos direitos elementares da criança e do adolescente não é exclusiva do poder público e que trabalhar por um futuro melhor para a sociedade alagoana é responsabilidade de todos.
“Nós estamos propondo que a sociedade comece a olhar para a socioeducação não com os olhos do estigma, mas com os olhos da corresponsabilidade, entendendo que ela de fato pode contribuir para a transformação na vida desses jovens. Precisamos acreditar e investir para enfrentar o que está lá fora, e o processo educativo é de grande importância nesse enfrentamento”, falou a promotora.
Para o supervisor de Cultura, Esportes e Lazer da Sumese, Thiago Santos Silva, o incentivo e a prática da leitura trazem resultados que vão além do desenvolvimento cognitivo dos adolescentes.
“A medida socioeducativa tem esse objetivo maior que é trazer a mudança real para os socioeducandos, criando junto com eles um novo projeto de vida e fazendo com que o adolescente que cometeu um ato infracional retorne à sociedade como um cidadão transformado, apto a exercer seus direitos e cumprir com seus deveres”, concluiu Thiago.