Fisioterapeutas relatam o cotidiano do tratamento de pacientes com Covid-19
Às vésperas do Dia do Fisioterapeuta, profissionais ressaltam a importância no tratamento da doença provocado pelo novo coronavírus
A fisioterapia faz parte do quadro essencial da recuperação do paciente acometido pela Covid-19 e os fisioterapeutas atuam durante o período de internação e alta médica, transformando-se em profissionais essências para garantir uma rápida reabilitação. A fisioterapia atua na prevenção e tratamento de lesões no corpo humano, decorrentes de traumas e doenças adquiridas ou genéticas e, no dia 13 de outubro, é comemorado o Dia Nacional da Fisioterapia, em alusão ao dia de criação da profissão.No caso do Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), os pacientes pós Covid-19 saem da unidade com o encaminhamento para fisioterapia ambulatorial, seja domiciliar ou em uma unidade de reabilitação da preferência e necessidade de cada pessoa.
“Por ser uma doença muito nova, ainda se está estabelecendo na literatura os tipos de sequelas. Mas, já é possível ver nas clínicas de fisioterapia um aumento de pacientes que procuram um tratamento para as sequelas do pós-Covid-19, mesmo nos casos considerados mais leves”, salienta o supervisor de fisioterapia do Hospital Metropolitano de Alagoas, Robert Sarmento.Ele chama a atenção para os assintomáticos, que requerem também cuidados, pois podem vir a apresentar um déficit de oxigenação, mesmo sem apresentar nenhum desconforto. “Os pacientes com Covid-19 costumam ter um quadro de hipoxemia severa, que acomete também os assintomáticos, e que só é detectado quando se vai medir a oxigenação do paciente. Muitos pacientes assintomáticos acabam relatando uma dificuldade em realizar suas atividades diárias. Pessoas que costumavam correr, percebem que não conseguem fazer as mesmas distâncias nem os mesmos tempos, têm mais dificuldade de realizar trabalhos simples. Mesmos esses pacientes, quando se realiza o exame mais detalhado, se observa um comprometimento pulmonar, que se faz necessário uma fisioterapia para uma melhora do paciente”, explica Robert Sarmento.Já nos casos dos pacientes internos e que estão com ventilação mecânica, a intervenção do fisioterapeuta é imprescindível, uma vez que esses usuários acabam sofrendo com paralisia muscular. “Os pacientes entubados usam bloqueadores neuromusculares que vão paralisar a musculatura desses pacientes e, mesmo com o aporte nutricional correto, a perda de massa muscular é muito severa. São pacientes que precisam de uma intervenção imediata da fisioterapia, não só pra garantir um equilíbrio na entrada da oxigenação e nos níveis de gás carbônico, como uma fisioterapia motora, para diminuir a atrofia muscular durante o tempo de sedação”, ressalta o coordenador de reabilitação do Hospital Metropolitano, o fisioterapeuta Gustavo Soares Vieira.Equipe Interdisciplinar – O Hospital Metropolitano conta com uma equipe de 19 fisioterapeutas intensivistas que atuam nas UTIs e 20 que atuam nas unidades semi-intensivas. Esses profissionais fazem parte de uma equipe formada por médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos. “Mas do que multidisciplinar, nós somos uma equipe interdisciplinar, temos de trabalhar juntos, caso a caso, para dar o melhor suporte ao paciente”, explica Gustavo Soares Vieira.Ainda de acordo com ele, no caso de realizar, por exemplo, exercícios mais intensos com o paciente, é necessário estar em comunicação direta com a nutrição, para que a alimentação do paciente seja ajustada adequadamente. “É um trabalho de equipe fundamental que ajuda a diminuir o tempo de internação do paciente, evitar sequelas e, ainda, gera economia para o Hospital Metropolitano”, sentenciou.Marcos Ramalho, diretor do HMA e secretário executivo de ações de saúde, a unidade hospitalar conta com fisioterapeutas altamente capacitados e com experiência em medicina intensivista. “Nossa equipe é completa com profissionais altamente capacitados, treinados para trabalhar em conjunto com o objetivo de trazer a melhora do quadro do paciente e o profissional de fisioterapia é uma peça essencial para reabilitação”, salientou.