Papa Francisco visitará o Iraque em sua 1ª viagem desde o começo da pandemia
Em sua primeira viagem de peso desde novembro de 2019, o papa também deverá ir às regiões de Ur, Mossul e Qaraqosh
O papa Francisco visitará o Iraque de 5 a 8 de março, sua primeira viagem internacional desde o início da pandemia do novo coronavírus, anunciou o Vaticano nesta segunda-feira (7).
"Aceitando o convite da República do Iraque e da igreja católica local, o papa Francisco fará uma viagem apostólica a este país de 5 a 8 de março de 2021, durante a qual visitará Bagdá", informou o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Em sua primeira viagem de peso desde novembro de 2019, o papa também deverá ir às regiões de Ur, Mossul e Qaraqosh. Ur é a cidade em que, segundo a tradição, nasceu Abraão, considerado o pai das três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, foi dominada pelo grupo terrorista Estado Islâmico por anos. Em 2014, o então líder do EI fez um discurso na cidade, declarando a criação de um califado -um estado regido por interpretações radicais dos preceitos islâmicos. A cidade foi retomada pelo governo do Iraque em 2017, após nove meses de batalhas.
Uma fonte do Vaticano disse que um dos objetivos da viagem será confortar os cristãos que vivem no Iraque e sofreram nos últimos anos perseguição por parte do EI. Muitos tiveram de fugir a outros países.
Há algumas centenas de milhares de cristãos no Iraque, tanto católicos quanto ortodoxos. O país tem maioria muçulmana.
O planejamento detalhado do itinerário ainda será feito, e levará em conta a evolução da pandemia. O papa tem 84 anos, e há temores de que ele possa se expor a riscos caso viaje antes da disseminação da Covid-19 estar plenamente controlada.
Francisco esperava ir ao Iraque neste ano, mas teve de adiar o plano por conta da pandemia. Ele suspendeu todas as viagens planejadas para 2020 por conta do risco de contágio.
Em 2000, o papa João Paulo 2º fez planos de visitar a cidade de Ur, no Iraque, mas as conversas com o governo do então ditador Saddam Hussein não avançaram, e ele não pode ir.
As autoridades iraquianas celebraram o anúncio e disseram que a visita do papa representa uma mensagem de paz para o Iraque e toda a região.