Após novo decreto, Fecomércio estima prejuízo de quase R$ 240 milhões
Mas o presidente da federação também avaliou necessário o esforço para evitar colapso do sistema de saúde
Por meio de nota oficial, o presidente da Federação de Comércio Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL), Gilton Lima, avaliou como necessário o esforço coletivo, que visa evitar o colapso no Sistema Público de Saúde, para salvar vidas, através do novo decreto anunciado ontem pelo Governo do Estado. Mas, durante o período que o decreto estará em vigor, a Fecomércio estipulou um prejuízo de quase R$ 240 milhões.
Além disso, também julgou importante a preservação das empresas, que são “essenciais para o equilíbrio socioeconômico do Estado, pois geram emprego e arrecadação aos cofres públicos, subsidiando ações nas mais diversas áreas, a exemplo da saúde”.
“Se considerarmos que o período de validade do novo decreto englobará praticamente duas semanas, a queda do faturamento deve se aproximar de R$ 239,2 milhões; impacto relevante, principalmente quando se observa que esses setores já vêm de uma sequência de quedas: o setor de serviços teve uma retração de -16,1% entre janeiro de 2020 e de 2021, e o comércio registrou pico negativo de -18,4 no volume de vendas do varejo, em abril de 2020, conforme dados do IBGE”.
No posicionamento oficial, o presidente apresentou dados do desemprego no estado, que bateu recorde de desocupação em 2020, com as maiores taxas da série histórica desde 2012. Alagoas registrou 18,6% neste quesito.
Gilton conclui dizendo que a permanência do Comércio aberto é importante para a superação desse momento com o mínimo de consequências negativas possíveis. E volta a afirmar que a luta é coletiva. Autoridades públicas, empresários e consumidores precisam, cada um, fazer a sua parte no enfrentamento à pandemia.
Confira a nota na íntegra:
NOTA OFICIAL
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) entende como necessário o esforço coletivo visando evitar o colapso no Sistema Público de Saúde, resguardando vidas, assim como considera importante a preservação das empresas, essenciais para o equilíbrio socioeconômico do Estado, pois geram emprego e arrecadação aos cofres públicos, subsidiando ações nas mais diversas áreas, a exemplo da saúde.
O retorno de Alagoas à Fase Vermelha, medida anunciada ontem (16/3) pelo Governo do Estado, trará um forte impacto econômico. Tendo como referência o faturamento diário do setor terciário no Estado (baseado no Valor Adicionado Bruto (VAB) anual disponibilizado pelo IBGE) e os dados da Receita Federal do Brasil (RFB), Alagoas possuía, em 2020, mais de 143 mil empresas ligadas ao setor de comércio e serviços, gerando um faturamento anual estimado em R$ 21,828 bilhões, o que representa uma receita diária de R$ 59,8 milhões.
Nesse contexto, estima-se que o faturamento potencial do setor de comércio e serviços gira em torno de R$ 418,6 milhões semanalmente. Todavia, com as novas restrições, o comércio em geral deixará de funcionar sete dias por semana para abrir, proporcionalmente, cinco dias. Com isso, estima-se que haja uma queda percentual de -28,57% na receita semanal, representando um prejuízo semanal de R$ 119,6 milhões.
Se considerarmos que o período de validade do novo decreto englobará praticamente duas semanas, a queda do faturamento deve se aproximar de R$ 239,2 milhões; impacto relevante, principalmente quando se observa que esses setores já vêm de uma sequência de quedas: o setor de serviços teve uma retração de -16,1% entre janeiro de 2020 e de 2021, e o comércio registrou pico negativo de -18,4 no volume de vendas do varejo, em abril de 2020, conforme dados do IBGE.
Em relação ao desemprego, Alagoas e mais 19 estados do Brasil bateram recorde de desocupação em 2020, registrando as maiores taxas da série histórica desde 2012. As maiores taxas de desocupação foram concentradas em três estados do Nordeste: Bahia, com 19,8%; Alagoas com 18,6%; e Sergipe, com 18,4%.
Por todo esse contexto, não há dúvidas de que os setores considerados não essenciais serão afetados economicamente, pois muitos estabelecimentos que retornaram ao funcionamento após a paralisação passada ainda sentem os reflexos em suas finanças, acumulando dívidas por empréstimos realizados para conseguirem se manter e voltarem às atividades. Assim, restrições mais severas sem contrapartidas proporcionais poderão comprometer a sobrevivência das empresas.
Por tudo isso, a Fecomércio defende que a permanência do Comércio aberto é importante para a superação desse momento com o mínimo de consequências negativas possíveis. E volta a afirmar que a luta é coletiva. Autoridades públicas, empresários e consumidores precisam, cada um, fazer a sua parte no enfrentamento à pandemia. São muitas famílias envolvidas, muitos empregos, muitas vidas.