Site apócrifo incentiva automedicação contra Covid-19
Conselho Regional de Farmácia de Alagoas alerta sobre riscos da automedicação
Circula nas redes sociais o link de um site que disponibiliza um suposto “protocolo de tratamento precoce e preventivo da Covid-19”. A página fornece receitas de medicamentos, inclusive com recomendação de doses, incentivando a automedicação da população. O diagnóstico e a prescrição de medicamentos são atos de competência exclusiva de médicos, portanto o conteúdo apócrifo é falso.
Médicos especialistas que estão na linha de frente contra a pandemia negam que exista tal tratamento e o Conselho Regional de Farmácia de Alagoas alerta que a automedicação pode provocar efeitos adversos graves.
Vários medicamentos e vitaminas são listados com posologia e todos os detalhes, orientando as pessoas a tomar remédios por conta própria. O site, cujo criador é desconhecido, usa um tom alarmante ao defender que os remédios sejam utilizados a partir do surgimento de pelo menos dois sintomas da doença “para que então seja feito o Tratamento Precoce de forma eficaz”.
Não há recomendação de especialistas e órgãos de saúde para o uso desse tratamento por não existir comprovação científica. A Organização Mundial da Saúde já concluiu, por exemplo, que a hidroxicloroquina não funciona para o tratamento da Covid-19. A farmacêutica Merck, fabricante da ivermectina, já comunicou que não há evidência científica de que o medicamento seja capaz de combater o novo coronavírus. O próprio diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária reconheceu que não há comprovação científica sobre a eficácia do tratamento detalhado pelo site.
Questionada pelo site Viva Bem, a infectologista Layla Almeida que atende no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (RJ) e clínica geral do Hospital São Vicente da Gávea (RJ) lembra que só há indicação de medicamentos que aliviam os sintomas. “Não existe tratamento precoce nem profilático [preventivo] contra a Covid-19. Ainda não há nenhum estudo que comprove que algum remédio seja eficaz no manejo precoce da doença. São indicados apenas os medicamentos que controlam os sintomas de pessoas infectadas, como os antitérmicos em casos de febre, por exemplo”, informou a médica.
As pessoas que seguem o suposto tratamento podem correr sérios riscos de saúde, como explica Robert Nicácio, presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas. “A automedicação é um grande problema de saúde que causa intoxicação, efeitos adversos potencialmente graves, além de mascarar sintomas das doenças, retardando o diagnóstico delas e pode causar interações medicamentosas”, alerta.
“Os estudos científicos, as orientações da OMS e do Ministério da Saúde mostram que não existe eficácia e segurança do chamado tratamento precoce e que a prevenção se dá pelo uso das máscaras, álcool, distanciamento social e vacinação da população. A publicidade sobre tratamento precoce e preventivo vem causando pânico e confusão na população que acaba se automedicando”, apontou Nicácio.
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