Gui Pagnoncelli se torna réu em caso de estelionato
Influenciador digital se envolveu em polêmica após pedir ajuda para um suposto tratamento de câncer
O influenciador digital Gui Pagnoncelli se tornou réu pelo crime de estelionato no mês passado. Ele também está sendo investigado por falsificação de laudos médicos e, recentemente, apagou sua conta no Instagram.
O caso envolvendo Gilson Wagner da Silva teve início quando o jovem foi diagnosticado com um câncer raro no estômago. Em 2017, o influencer revelou que, segundo os médicos, ele teria apenas entre seis a oito meses de vida. Sua única chance de vida, então, seria um transplante nos Estados Unidos. Os exames para saber se ele estaria apto à cirurgia, segundo ele, custariam R$ 50 mil.
O influencer criou uma vaquinha online e, em menos de 24 horas, ultrapassou a meta, arrecadando mais do que seu pedido inicial.
Ainda em 2019, ele postou vídeos nos stories nos quais alegava estar perdendo a luta para o câncer e, segundo denúncias de usuários, chegou a reutilizar fotos antigas de procedimentos e internações. Em julho de 2020, ele abriu uma quinta vaquinha online, mas que foi fechada logo em seguida sem nenhuma doação.
Ainda no ano passado, vídeos divulgados nas redes sociais mostravam o influencer viajando, comendo normal e fazendo passeios de barco. Além disso, seguidores afirmaram que ele estaria cursando sua segunda faculdade, agora de Direito. Alguns doadores se sentiram enganados e lesados e procuram a polícia para investigar o possível caso de estelionato.
Na decisão do dia 3 de maio do juiz Carlos Henrique Pita Duarte, da 3º Vara Criminal de Alagoas, consta que o influenciador pode se defender da acusação. A Divisão Especial de
Investigação e Capturas (Deic) da Polícia Civil de Alagoas iniciou uma investigação em 2020, após denúncia de fraude praticadas pelo influenciador.
Além de ter se tornado réu, ao menos dois médicos questionam informações repassadas à Justiça por Gui Pagnoncelli. No documento, consta um relatório médico cuja “emissão é
desconhecida do médico supostamente subscritor“, ou seja, o influenciador teria apresentado à Justiça um laudo médico que não foi reconhecido pelo profissional em questão.
O documento ainda aponta que “o agravado [Gui Pagnoncelli] faz uso de efetivos meios escusos, em tentativa de ludibriar o juízo , para obter o deferimento de medida liminar em seu favor, sendo capaz, até mesmo, de forjar relatórios médicos para supostamente comprovar uma necessidade e um direito que não existem“.
Gui Pagnoncelli ainda não se manifestou sobre o assunto.