Em entrevista, Renan Filho confirma que militares serão punidos por participarem de atos políticos
Governador explica que Bolsonaro perdeu apoio do Exército e procura agora as polícias militares
Durante entrevista a Isto É nesta sexta-feira (03) o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), declarou que espero que os policiais militares não se envolvam em questões políticas. O chefe do executivo estadual adiantou que os policiais que participarem de atos dessa origem responderão administrativamente.
Renan afirmou que esse grupo se trata de uma força policial eminentemente de Estado. "Isso atrapalha a própria instituição. É um equívoco do presidente essa postura de cooptar as PMs".
Também confirmou que no Estado, já foram abertos procedimentos administrativos para impedir essa cumplicidade. A ideia é responsabilizar aqueles que venham a participar de manifestações políticas.
"No momento em que a mobilização de policiais em torno de atos pró-Bolsonaro tiveram início, aqui em Alagoas começamos o processo de estabelecer punições aos que vierem a participar desses eventos. Há procedimentos que resultarão desde a advertência ao policial, à demissão do servidor. Aqui em Alagoas não vamos permitir um posicionamento político dos policiais. Isso é o que estabelece a nossa Constituição".
O governador disse que Bolsonaro usa os policiais como instrumento para fazer ameaças veladas à democracia. "Como o Exército não pretende aderir aos seus delírios, o presidente usa os policiais militares em sua paranóia golpista".
"Risco claro que há. Mas não acho que Bolsonaro conseguirá sucesso na concretização do golpe. Ele faz as ameaças para deixar uma sombra na cabeça de todo mundo. Bolsonaro não reúne condições para liderar uma ruptura democrática. Ele tem baixa popularidade internamente e não tem apoio internacional. O Brasil não é uma república de bananas. O Brasil é um dos países mais importantes do planeta e não contará com solidariedade internacional para uma aventura dessa natureza. Todos os demais Poderes são contrários ao golpe. Os estados também são contra. É por isso que Bolsonaro tenta essa conexão direta com as polícias. Quer mostrar que tem alguém do seu lado".