Em Alagoas existem muitos espaços que são verdadeiros símbolos de resistência, luta, promoção da educação, cultura e solidariedade. O mês de setembro é um mês especial, pois é nele que marca o aniversário de um desses símbolos, que é o Quintal Cultural.

O espaço que fica no bairro do Bom Parto, em Maceió, foi fundado no dia 7 de setembro de 2007 na época ainda em chão de terra, sem muita estrutura, mas ainda assim o Quintal Cultural já recebeu apresentações artísticas das mais variadas como peças teatrais, oficinas, além de abrir espaço para que iniciativas culturais fora dos grandes circuitos pudessem acontecer. São 14 anos de história e de muitas histórias e vidas transformadas.

“É muito importante para mim, são 14 anos de luta. A Cufa chegou num momento da minha vida em que eu precisava de ajuda. Eu nem sabia que era um projeto desse tamanho, nem sabia o que era a cufa e quem me apresentou o projeto foi o Preto Zezé, que é presidente da Cufa Nacional. Quando vi o projeto, achei lindo e falei que queria e mesmo assim não sabia que era algo tão grande” explica Thayse Melo, co-fundadora do Quintal Cultural, vice presidente e também vice coordenadora da Cufa Alagoas.

A diversidade de estilos está presente de forma marcante na programação, terá apresentação de capoeira e artes marciais, confira a programação completa:

🔴 Programação Aniversário 14 anos Quintal Cultural e de 1 ano CUFA Alagoas
🔖Roda Capoeira - manhã e tarde
🟢 Acauã Capoeira
🟢Artes Maciais Estrondo

CIRCULARTE

▪️10:30h Batuque Mundaú
▪️11:30h Tore Magia da Terra - Xucuru Kariri
▪️ *13h*MC Roseane Santos e MC WR NACENA
▪️ 13:30h MC Samoney, Chinazin, e Rafael Santos)
- São Miguel dos Campos ▪️ 14h Fúria Jovem Rap Feminino Marechal Deodoro
▪️ 14h30 Nego Zica
▪️ 15h Rogerio Dyaz e a Trincheira - Bom Parto/Maceió - Participação: Fagner Dübrown ▪️ 16:00h Edilza e Izaías ▪️ 17:10 Banda Arte Divina - Guaxuma e Parte Alta/ Maceió▪️

A Arte educadora, comunicadora popular, militante do movimento hip-hop, Alyne Sakura tem uma parte da sua vivência totalmente ligada ao quintal cultural, "O Quintal Cultural foi minha faculdade, eu cheguei por lá em meados de 2007 mais ou menos e cheguei para conhecer o teatro. Eu já cheguei falando que odiava política, não sabia eu que já estava fazendo política quando dizia que não gostava. No Quintal Cultural eu aprendi desde a atuar, até produzir eventos, por isso que eu falo que lá foi minha faculdade" conta Sakura que também é produtora cultural, escritora, fotógrafa e agitadora cultural.

O Quintal Cultural começou como um projeto social, agora ele é um instituto. Começou com um bico de luz, uma arquibancada de pau como diria a música, e hoje está desse tamanho e comemorando 14 anos.

Para o pesquisador, mestre em antropologia e doutor em sociologia Edson Bezerra o quintal cultural é um modelo de resistência cultural “na verdade, eu aprendi muito com o Quintal Cultural, eu vivenciei ali, muitas das ideias que eu defendo hoje, acho aquele espaço uma sacada genial e um exemplo da construção de práticas de cidadania. Minha relação com o Quintal Cultural vem desde as suas origens, quando ainda tinha o chão de barro, inclusive fui eu que contactou uma arquiteta para ela fazer a sua marquete”, explica Edson que também é articulador cultural e autor do Manifesto Sururu e, do projeto Xangô Rezado alto e da justificativa que tornara o sururu um Patrimônio Imaterial das Alagoas.

A Cufa e o Quintal Cultural são muito parecidos porque eles desafiam as pessoas envolvidas a sempre conseguir fazer mais. Sem contar que os propósitos são os mesmos, ajudar o próximo com educação, empoderamento, empreender além de mostrar para as pessoas que elas são de verdade e isso é uma das coisas mais importantes que a cufa e o quintal fazem com as pessoas.

Por conta da pandemia e para manter os cuidados de proteção contra a covid-19 o evento será apenas para parceiros e colaboradores do Instituto Quintal Cultural e lideres da Cufa Alagoas.

“A Cufa e o Quintal Cultural são isso, todos os dias te traz um desafio diferente e sem contar que graças aos dois eu posso dizer eu sou Thayse Melo, mãe de 3 filhos, Mulher negra, o mais importante Eu sou!” Finaliza Thayse.