Infectologista explica diferença entre Influenza e Coronavírus
Vânia Simões também destacou a importância da vacinação contra a Covid-19 e orientou a população a permanecerem com máscaras
Com o avanço de síndromes gripais em todo o Estado, o programa Na Mira da Notícia recebeu, nesta quarta-feira (5), a médica infectologista Vânia Simões para alertar sobre os perigos das doenças, a importância da vacinação e a diferença entre a variante da Influenza A, a H3N2, e a Covid-19.
A profissional começa a entrevista explicando que vírus respiratórios circulam anualmente: "nós temos vários vírus; vírus Influenza, que é o vírus especificamente da gripe; vírus Parainfluenza, que é parecido; Adenovírus; Rinovírus". Apesar de serem de diferentes tipos, todos geram doenças bastante similares e se faz necessário um exame específico para identificar a tipagem do vírus.
O coronavírus, apesar de apresentar os mesmo sintomas gripais, acaba sendo mais agressivo, o que pode levar à morte e deixar sequelas nas pessoas que foram infectadas.
Já o H3N2, que não é tão grave como o Sars-Cov-2, "tem uma capacidade de transmissão muito maior do que o vírus da Covid-19" e afeta, principalmente, pessoas com comorbidades. "Tem hoje pacientes internos em UTI e mortes por H3N2, então isso significa que não é uma doença "habitual" como as outras síndromes gripais. Ele não é tão grave como a Covid-19, mas também não fica tão atrás", frisou Vânia Simões.
Como qualquer vírus de gripe, a variante H3N2 inicia um quadro de dor muscular, dor de cabeça, coriza, febre e, em alguns casos, evolui para pneumonia.
Assim como o coronavírus, a variante de Influenza, que está circulando agressivamente por todo o país, pode contaminar pessoas que, mesmo contaminadas, continuarão assintomáticas. "Essas pessoas são as que mais transmitem porque nem sabem que estão doentes", disse.
Quando questionada sobre a possibilidade de um colapso na saúde pública devido aos dois vírus estarem circulando ao mesmo tempo, a infectologista respondeu positivamente. "Se estivéssemos fazendo o nosso dever de casa, que é não aglomerar e seguir todas as orientações [dos profissionais de saúde], a gente poderia até conter mais essa epidemia, no entanto fizemos o contrário", lamentou.
As festas de fim de ano que foram mantidas por todo o Brasil poderão ser o grande impulsionamento de ambos os vírus. Com o aumento de infecções, aumentará a procura pelos postos de saúde.
Simões ainda destaca o importante papel da vacinação, principalmente no atual cenário. "Eu estou vendo muita gente dizendo que está gripado e quando vai fazer os exames é Covid-19. Uma família me procurou por estarem todos gripados, quando foi fazer o exame três deles era Covid. A maioria estava vacinado, então terão uma Covid mais branda, que é exatamente o motivo da indicação da vacina: pra você diminuir o risco de uma doença mais grave. Podemos até não evitar a doença, mas pelo menos não teremos o desfecho que tivemos no passado sem vacina. [...] Quem tem um pouco de discernimento vai entender que a vacina vale a pena", salientou.
A especialista também pontuou que aqueles que não se vacinam são os grandes responsáveis pelo aparecimento de novas variantes e vírus na sociedade. Ela ainda frisou que não é momento de gerar grandes aglomerações, como o Carnaval e as festas de Réveillon e Natal que aconteceram nas últimas semanas, e orientou a população a continuar usando máscaras como forma de prevenção.