Maceió

Prefeitura de Maceió afirma que criança não morreu após tomar vacina

Menina, de Marechal Deodoro, que aparece em mensagem falsa está internada com complicações da Covid-19

Por Secom Maceió 15/02/2022 08h08 - Atualizado em 15/02/2022 08h08
Prefeitura de Maceió afirma que criança não morreu após tomar vacina
Informação tem sido espalhadas nas redes sociais. - Foto: Secom Maceió

Tem sido divulgado em diversas redes sociais, especialmente no Twitter, a informação de que uma criança de Maceió teria morrido após efeitos colaterais da vacina contra a Covid-19. A informação é falsa. A menina, de 9 anos de idade, encontra-se internada no Hospital da Mulher devido a complicações da Covid-19 e não da vacina.

O vídeo mostra somente o momento em que a criança foi vacinada, mas o texto que acompanha o conteúdo alega que a criança teria morrido em função da vacina, sem apresentar qualquer fonte. “[...] esta garotinha do vídeo, faleceu aqui em Maceió. Encefalite 3 dias após a vacina”, diz a mensagem falsa.

O que é mentira?


A menina não morreu, não é de Maceió e nem sofreu efeito adverso da vacina contra a Covid-19.

O que é verdade, então?


A garota S.M.S. é do município de Marechal Deodoro, que fica a 28km da capital alagoana. A Prefeitura da cidade informou que a paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento Irmã Dulce no dia 9 de fevereiro. “Com sinais e sintomas inespecíficos e em Estado Regular de saúde e que rapidamente o quadro de saúde evoluiu com rebaixamento do nível de consciência, o que motivou a transferência da paciente para unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital da Mulher, em Maceió”, disse a Prefeitura de Marechal Deodoro.

A nota confirmou que a menina tomou a vacina no dia 5 de fevereiro, mas em nenhum momento o fato foi atribuído à vacina, já que cabe ao Município apenas notificar qualquer suspeita de efeito adverso da vacina à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Com o atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital da Mulher em Maceió, a menina foi diagnosticada com um acometimento pulmonar extenso, aproximadamente 75%, e hemorragia intraparenquimatosa gravíssima. A Sesau explicou que a paciente foi infectada pelo novo coronavírus e que a Covid-19 foi a responsável pelos sintomas. “A paciente encontra-se hospitalizada desde o dia 9 deste mês decorrente do adoecimento pela Covid-19 e não em decorrência de ter sido vacinada contra o novo coronavírus”, esclareceu a Sesau.

Resposta imunológica


Foram quatro dias entre o dia da vacinação e o momento em que a paciente foi levada ao atendimento médico. É possível que ela tenha sido infectada antes ou após a aplicação do imunizante. Um estudo do Centro de Controles de Doenças (CDC) dos Estados Unidos detalhou que os sintomas da variante ômicron costumam surgir cerca de três dias após a exposição ao vírus.

Outro fato importante é que a resposta imunológica com a vacina só tem início após 15 dias da aplicação, como explica o infectologista Renato Kfouri, presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria: "Se uma pessoa que tomou a vacina se infectar antes desse tempo, não quer dizer que a vacina falhou, mas que não deu tempo do sistema imunológico criar a resposta imune".

Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), acrescenta que o sistema imunológico precisa de um tempo para criar a imunidade protetora, responsável por impedir a entrada do vírus na célula. “A maior quantidade de anticorpos é registrada um mês após o término da vacinação, com variações individuais”, explica a especialista em pneumopediatria.