Uma projeção realizada com base em dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão ligado ao Ministério da Saúde, aponta que o Brasil deve registrar 185,6 mil novos casos de câncer de pele em 2022. O número pode ser ainda maior, caso os brasileiros não se previnam da maneira correta contra o sol, principal fator de risco para o aparecimento de doenças na pele.

Nas últimas semanas, diversas capitais do sul e centro-oeste registraram altas temperaturas, e no Nordeste não tem sido diferente. Segundo o INCA, aproximadamente 177 mil brasileiros devem contrair câncer de pele não melanoma (ocorre principalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas) em 2022, que é o mais comum e menos agressivo, sendo 83,7 mil em homens e 93,1 em mulheres. Já o câncer de pele melanoma (que tem origem nos melanócitos, células que produzem a melanina, o pigmento que dá cor à pele), que é o tipo mais grave da doença, deve se manifestar em 8,5 mil brasileiros em 2022. O INCA aponta também, que quase 2 mil pessoas devem morrer em decorrência da doença.

Ainda de acordo com o Instituto, o câncer de pele corresponde a 33% de todos os diagnósticos de câncer em nosso país.

Mesmo com festas públicas de carnaval canceladas, a migração para cidades litorâneas aumentam neste período, com isso, a dermatologista Thatiane Leão, do Hospital do Coração de Alagoas, alerta sobre a importância de ter cuidado com a exposição exagerada ao sol e para o uso de fotoprotetores.

“É importante que a população faça o uso de fotoprotetores, camisas UV, chapéus, bonés, óculos de sol e evitem a exposição ao sol, das 9h às 16h, que é o horário em que a incidência solar está muito forte. Também é importante que se faça a ingesta de líquidos, para manter a pele hidratada, se possível, também utilize hidratantes e muito protetor solar. Curtam o feriado, mas tenham a responsabilidade de cuidar da pele”, afirmou a dermatologista, Thatiane Leão.

A dermatologista ainda alerta para o uso de fotoprotetores em gestantes e em crianças menores de 6 meses.
“De acordo com o Consenso Brasileiro de Fotoproteção, gestantes podem e devem utilizar qualquer tipo de fotoprotetor. Já as crianças menores de 6 meses, não podem utilizar fotoprotetores tópicos, tampouco serem expostos diretamente ao sol. Já, crianças a partir dos 6 meses e até o primeiro ano de vida, as exposições solares devem ser curtas e em horários apropriados (até às 10h e após as 16h), sempre com a utilização de protetor solar. Fuja da exposição das horas próximas ao meio dia”. Salientou a dermatologista Thatiane Leão.

CUIDADOS COM O SOL
1. Aplicar o protetor solar ao menos 15 minutos antes da exposição ao sol;
2. Evitar exposição entre 10h e 15h, horário em que o sol é mais intenso;
3. Usar óculos de sol, chapéu/boné/viseiras e guarda-sol/sombrinhas, que podem ajudar na proteção.
4. Beber água – Com o calor, o suor aumenta e o corpo vai perdendo mais água ao longo do dia, tornando a pele mais seca. É necessário repor a quantidade perdida para hidratar a pele. Além da hidratação, a água faz o transporte de nutrientes e vitaminas e melhora a digestão.
5. Hora do banho – A água do chuveiro deve estar morna ou fria, pois se estiver muito quente pode causar queimaduras ou ressecamento na pele;
6. Hidratação sempre – Após o banho ou durante o dia, é importante o uso de hidratantes, para manter a elasticidade da pele e prevenir o ressecamento, evitando que resulte em uma coceira ou descamação;
7. Prevenção ao câncer – Realizar frequentemente o autoexame da pele, inspeção completa e cuidadosa de todo o corpo – do couro cabeludo à sola dos pés. Dar atenção a cor, tamanho, relevo, formato das pintas e lesões na pele. Se houver novas lesões ou alteração em alguma pinta antiga, deve ser agendado uma consulta médica, através da Unidade Básica de Saúde.