O ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, foi o convidado do programa Na Mira da Notícia desta quarta-feira (23). Durante a entrevista realizada pelo radialista Angelo Farias, o ex-gestor municipal comentou sobre a última disputa pela Prefeitura do município em 2020, ano em que o atual prefeito JHC foi eleito, e falou um pouco sobre questões políticas gerais do cenário alagoano.

Quando Cícero Almeida, eleito a prefeito em 2005 e reeleito em 2009, lançou o seu nome nas eleições de 2020, ele não acreditava em uma possível candidatura naquela época: "nós sabíamos que não daria certo". De acordo com o ex-prefeito, ele tinha conhecimento de que JHC tinha uma grande estrutura e sistema de comunicação, mas "entrou [na disputa] para ver o que iria acontecer".

Ele pontua que sempre foi "muito bem aceito" pelos maceioenses quando visitou diversos bairros da capital, mas que na hora do voto "a sociedade entendeu que deveria apostar no JHC".

Durante a sua jornada na política, Cícero mudou de partido diversas vezes, mas ele garante que não foi por ambição: "eu tenho justificativa para todas elas [mudanças de partido político]". "Uma das provas que eu tenho e que, logicamente, o Brasil inteiro acompanhou foi o que o PRTB [Partido Renovador Trabalhista Brasileiro] fez comigo. Na hora que eu tomei posse, o único deputado do partido já estava tomando o partido. Ainda entraram com ações contra mim que, até um pouco mais de dois meses atrás, nós estávamos na eminencia de pagar R$ 700 mil ao PRTB", justificou.

Agora, Cícero diz que está "conversando com o PP [Partido Progressista]", mas não diretamente com Arthur Lira.

O ex-prefeito de Maceió aproveitou o momento para tecer elogios ao presidente da Câmara dos Deputados. "Ele é um grande articulador político que hoje estamos visualizando. Ele sempre foi nos bastidores e hoje está fazendo isso com a visão e experiência que tem. Chegar à Câmara dos Deputados não é para qualquer um. Eu passei por ali e sei, infelizmente, como a coisa funciona", elogiou, acrescentando que figuras como Arthur Lira beneficiam o Estado de Alagoas.

Cícero garante que o principal motivo de tentar volta à política hoje em dia é para "representar o estado e defender a capital". Segundo o entrevistado, "nós estamos indefesos. "Não temos representantes dentro da própria Assembleia que brigue pelo Estado de Alagoas, pela capital alagoana e pelas principais causas do Estado", lamentou. Com o intuito de reafirmar a sua preparação, o entrevistado afirma que possui o que é necessário para voltar à ativa.

"Estou disposto para trabalhar. Eu quero simplesmente ajudar o meu Estado. Eu quero defender, dar voz àquelas pessoas que não podem falar e não estão representadas. [...] Eu quero mais uma vez colocar a minha vontade e experiência à disposição da população", disse.

Quando questionado quem deveria ser candidato ao Governo de Alagoas, Rodrigo Cunha ou JHC, Cícero pontuou que "o Rodrigo não tem experiência no campo administrativo; a experiência dele foi como deputado e como senador. O atual prefeito está começando agora a história política dele administrando logo de cara a capital do Estado de Alagoas; é muita responsabilidade. No lugar dele, eu faria o que eu fiz em 2010, quando na verdade o que queriam era 'dar uma tremenda cambalhota em mim'. Eu estaria fora da política desde 2010 se eu não tivesse contrariado interesses. Eu não teria sido governador, teria perdido a Prefeitura, estaria fora da política e Maceió teria perdido três anos de mandato. Seria um ato covarde meu ter a votação que tive e pleitear uma eleição de governador".

Para aqueles que pensam que 'a fase do Cícero já passou', o ex-prefeito explica que os jovens adultos que estão iniciando a vida de eleitor não o conhecem, mas que o seu mandato "ficou na história de Alagoas". "Essa juventude não conhece a história do Cícero Almeida. Eu poderia ter narrado ela em 2016, mas todo o material que eu fiz mostrando todas as grandes obras que fizemos não foi para o guia eleitoral. Existia um comando por trás e só iria o que os 'caras' queriam".

Um dos pontos destacados por Cícero é ter acabado com o principal lixão de Maceió: "era matéria no Jornal Nacional de 15 em 15 dias". Além das construções de apartamentos e áreas valorizadas pelas obras realizadas durante o seu mandato.