Whatsapp: MPF vê risco de desinformação em novo recurso do aplicativo
O órgão ainda solicita que o WhatsApp preste informações sobre a possibilidade de adiar a implementação do recurso para o início de 2023
Em ofício enviado ao WhatsApp, a Procuradoria da República em São Paulo destacou que o novo recurso do aplicativo, chamado "Comunidades", pode facilitar a propagação de desinformação e "representar real retrocesso". O órgão, que integra o Ministério Público Federal (MPF), pede assim uma série de esclarecimentos sobre a ferramenta, e solicita que o WhatsApp preste informações sobre a possibilidade de adiar a implementação do recurso para o início de 2023.
Para justificar o adiamento para o ano que vem, a Procuradoria cita a invasão do Congresso dos Estados Unidos em janeiro de 2021 por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que não aceitava sua derrota. O atual presidente Joe Biden já tinha ganhado a eleição, mas Trump não reconhecia o resultado e estimulou seus apoiadores a também não reconhecer. A ideia do WhatsApp é lançar o aplicativo no Brasil após a eleição de outubro, mas antes da posse em janeiro, o que poderia permitir que a ferramenta seja usada para estimular um movimento parecido no país.
O WhatsApp anunciou na quinta-feira a nova funcionalidade, que será testada globalmente. No Brasil, porém, a empresa se comprometeu a não fazer mudanças até a eleição de outubro. O recurso vai possibilitar que administradores reúnam diferentes grupos sob um só guarda-chuva, ampliando o alcance de mensagens, o que pode facilitar a circulação de notícias falsas. Atualmente, os grupos de WhatsApp podem ter no máximo 256 integrantes. Como o novo recurso permite enviar mensagens para até dez grupos, o número de destinatários pode chegar a 2.560.
A Procuradoria diz que a nova funcionalidade pode trazer facilidades aos usuários, mas também "aumenta a possibilidade de viralização de conteúdos, e, assim, pode impactar gravemente as medidas adotadas pelo WhatsApp, nos últimos anos, para enfrentar práticas organizadas de desinformação e de violência no mundo digital".
Ainda segundo o documento, a ferramenta "precisa ser vista com muito cuidado, pois pode, a depender de como vier a ser implementada, representar um real retrocesso do movimento de contenção de comportamentos abusivos potencialmente ligados à desinformação, que o WhatsApp, a princípio, vinha promovendo de forma eficiente nos últimos anos".
O pedido foi feito no âmbito de um inquérito civil público aberto no ano passado para apurar violações de direitos por aplicativos de internet relacionadas à divulgação de desinformação e violência. A Procuradoria quer saber em detalhes, por exemplo, as novas possibilidades que o recurso "Comunidade" trará aos usuários do WhatsApp. Foi dado um prazo de dez dias úteis.
Também questiona os "impactos que a nova funcionalidade trará sobre a atual política de enfrentamento à desinformação e violência digital". E pergunta que medidas regulatórias o WhatsApp pode adotar para "compensar os riscos" de "uma flexibilização dos atuais limites à viralização de conteúdos'.
"Tendo em vista que tal funcionalidade pode ter por consequência, entre outras, uma diminuição drástica dos limites hoje vigentes para encaminhamento de mensagens por seus usuários, e ir na contramão das diversas medidas que essa plataforma listou ao Ministério Público Federal como soluções adotadas para enfrentar comportamentos abusivos de impulsionamento em massa de conteúdo potencialmente desinformativo, uma manifestação a esse respeito pode impactar a avaliação geral da plataforma no âmbito do inquérito civil público ora em curso", diz trecho do documento do MPF.
Últimas notícias
Vídeo gerado por IA mostra queda de cover de Marília Mendonça e engana internautas
Polícia Civil prende homem suspeito de latrocínio que vitimou idosa em Marechal Deodoro
Homem é preso em Penedo por violar medida protetiva e tentar justificar encontro com a ex
Prefeitura promove Tardezinha 60+ na Capelinha de Jaraguá no próximo dia 31
PM cumpre medida protetiva contra suspeito de crime sexual em Feira Grande
Emprega Mais Alagoas oferece 180 vagas gratuitas em cursos de qualificação
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
