Violência

Maior parte das vítimas de violência sexual tem entre 12 e 17 anos em AL

Ao todo, entre os meses de janeiro e maio deste ano, foram 358 pessoas atendidas pela Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual

Por 7Segundos com Ascom Sesau 29/06/2022 15h03
Maior parte das vítimas de violência sexual tem entre 12 e 17 anos em AL
Vítimas de violência sexual. - Foto: Ilustração

A maior parte das vítimas de violência sexual em Alagoas tem entre 12 e 17 anos, representando 40,5%. Além disso, 92,1% delas são do sexo feminino. Ao todo, entre os meses de janeiro e maio deste ano, foram 358 pessoas atendidas pela Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS), sendo 330 mulheres e 28 homens.

Os dados de atendimentos da RAVVS mostram que das vítimas atendidas em 2022, 133 têm até 11 anos de idade, 145 de 12 a 17 anos, 49 pessoas têm entre 18 a 29 anos, 29 estão na faixa etária dos 30 aos 59 anos e duas possuem mais 60 anos.

Já no ano de 2021 foram feitos 768 atendimentos, sendo 693 do sexo feminino e 75 do sexo masculino. Desse total, 299 têm a idade de 0 a 11 anos, 277 de 12 a 17 anos, 125 de 18 a 29 anos, 53 de 30 a 59 anos, dois acima de 60 anos e 12 de idade desconhecida.

“Qualquer pessoa que estiver em situação de violência ou qualquer município que queira o apoio para poder fazer o enfrentamento e a assistência à violência sexual, pode entrar em contato com a RAVVS. Conseguimos dar a essas vítimas um serviço extremamente qualificado e ágil, conforme preconizado na Lei do Minuto Seguinte, de forma integral e humanizada a toda população alagoana que esteja em uma situação de violência”, ressaltou Camille Wanderley, psicóloga e coordenadora da RAVVS.

A RAVVS foi criada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em outubro de 2018 e funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Lá, todo trabalho é feito por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, médico perito e agente da Polícia Civil.

As vítimas devem procurar os serviços da RAVVS na Área Lilás, do Hospital da Mulher (HM), na pediatria do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió; no Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo; e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca. Mesmo durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, o serviço continuou funcionando normalmente em todas as unidades de saúde, conforme informa a coordenadora da RAVVS.

Como denunciar

Denúncias podem ser feitas presencialmente na Área Lilás do Hospital da Mulher (HM), por meio dos números (82) 3315-1393, (82) 98882-9765, pelo 180 e pelo Disque 100. A população também pode utilizar o aplicativo “Fica Bem”, lançado pela Sesau, em novembro de 2020, e desenvolvido em parceria com o Centro Universitário Cesmac, que está disponível na PlayStore para aparelhos com o sistema operacional Android.

A ideia do aplicativo surgiu pela diminuição da procura pelo serviço e das denúncias de violência sexual durante o período mais crítico do isolamento social. Para a coordenadora da RAVVS o aplicativo veio para facilitar as denúncias e informar a população sobre os locais de atendimento.

No aplicativo, além de fazer as denúncias, a população também pode solicitar atendimento, saber onde estão localizadas as unidades de saúde referência e os demais órgãos que compõem a rede intersetorial que auxilia às vítimas de violência sexual.

Rede

A RAVVS conta também com o apoio de uma Rede Intersetorial composta pelos órgãos de segurança pública, pelo poder Judiciário, pelos conselhos tutelares, Secretaria de Estado da Prevenção à Violência (Seprev), da Educação (Seduc), da Assistência Social (Seads), da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh).