O corpo de Allexia Sophia da Silva, de cinco anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (21), na zona rural de Jequiá da Praia, município vizinho de São Miguel dos Campos, onde ela residia com o pai e a madrasta. Ambos estão presos desde o dia 17 de julho, acusados de espancá-la. A criança morreu na noite de terça-feira (19), no Hospital Geral do Estado (HGE).

Durante o enterro, família e amigos demonstraram indignação com a morte da menina, em meio a gritos pedindo justiça. Os parentes maternos, inclusive, relataram que eram impedidos de ver Allexia e que o pai dela mudou depois de começar a se relacionar com a madrasta. "Tinha muito tempo que não a víamos", lamentou a avó Antônia Cícera de Jesus.

A tia de Allexia, Jeane Filisdorio, expôs um áudio que enviou dizendo que ia buscar a menina na casa dele, mas nunca foi respondida. "Não sabia que ela estava sendo maltratada, minha família também não. Ele sempre foi uma boa pessoa, não pensamos que ia ser esse monstro e aceitar tudo que aquela maldita [madrasta] fez com minha sobrinha", esbravejou.

A mãe, Sabrina Filisdorio, contou que, mesmo depois de estabilizada financeiramente no Rio de Janeiro, pediu para ir buscar a filha, mas, mesmo assim, o pai não deixava. Ele não tinha a guarda da criança; Allexia ficou com ele por conta de um acordo entre os pais.

Causa da morte

O Instituto Médico Legal (IML) divulgou que Allexia morreu por consequência de um trauma sofrido por algum instrumento contundente. O exame de necropsia apontou como causa da morte “tromboembolismo pulmonar”.

O perito médico legista Fernando Marcelo de Paula, responsável pelo exame, explicou que essa obstrução das artérias pulmonares, a qual impediu a forma normal de circulação sanguínea do órgão, foi provocada por consequência de um trauma sofrido por algum instrumento contundente.

O resultado do exame cadavérico já foi comunicado ao delegado responsável pelo caso, e em breve, o laudo completo, será encaminhado para a respectiva delegacia.