Advogada assassinada pelo marido estaria tentando o convencer a ir ao psiquiátra
A família da vítima diz que ela era agredida fisicamente pelo homem e que ele já tinha tentado se suicidar antes
Novas informações apontam que a advogada, Maria Aparecida Bezerra, que foi assassinada pelo próprio marido, Alisson Bezerra da Silva, na manhã desta quinta-feira (21), estaria tentando o convencer a ir para uma consulta psiquiátrica. Familiares dizem que, nas últimas semanas, o homem estaria apresentando um quadro depressivo.
No dia 8 de julho, Alisson teria passado por uma consulta com um profissional da psiquiatria, que recomendou uma série de medicações. Hoje, no dia do assassinato, seria o dia em que ele voltaria para a clínica para que a situação fosse reavaliada após o uso dos medicamentos e seria tomada uma decisão sobre uma possível internação. Apesar disso, não existem laudos que comprovem que o suspeito realmente é depressivo.
Maria Aparecida teria ligado para a Polícia Militar solicitando apoio. Foi nesse momento em que a vítima foi atacada com 14 facadas pelo marido.
À TV Pajuçara, o irmão da vítima, Edvaldo da Silva, disse que o cunhado já tinha tentado se suicidar anteriormente e que a irmão estaria enfrentando problemas no casamento.
"Teve um dia em que ele tomou um remédio todinho e fechou a porta do quarto e estava se batendo, no tempo em que ele bebia e ficava alterado com ela. Ela nunca falava pra gente, descobrimos depois que ela não aguentou mais e contou pra minha irmã", relatou o irmão de Maria.
A advogada tinha um escritório de advocacia dentro de sua própria casa. Ela também tinha uma sócia, que parou de frequentar a residência nas últimas semanas a pedido de Maria, devido ao comportamento alterado de Alisson.
A amiga da vítima, Delanna Cavalcanti, disse que a vítima já vinha se queixando do comportamento do marido, mas nunca mencionava as agressões físicas que sofria. "Ela sempre falava que não era um casamento perfeito e nem um casamento dos sonhos", relembrou.
Agora, com dois sobrinhos órfãos de mãe e com o pai internado no Hospital Geral do Estado (HGE), Edvaldo se demonstrou preocupado e diz que agora a situação ficou difícil para as crianças.
O advogado Macksuel Mendes explicou que Alisson Bezerra responderá judicialmente pelo crime de homicídio qualificado por feminicídio. Quando o processo for iniciado a família poderá realizar uma abertura de incidente da sanidade mental para que um perito avalie se existe a capacidade de entendimento ou autodeterminação no momento em que o suspeito esfaqueou a esposa. "Somente com esse laudo é que vai ser possível atestar se terá a inimputabilidade ou a diminuição da pena", detalhou.