Imunidade gerada pela infecção natural por Covid-19 permanece alta por 10 meses, diz estudo
Vacinação é a maneira mais segura de adquirir proteção contra a doença, afirmam estudiosos

Pessoas que tiveram Covid-19 uma vez têm 88% menos risco de hospitalização ou morte pela doença por pelo menos 10 meses em comparação com quem não teve a infecção. Os dados são de um amplo estudo publicado no periódico científico The Lancet.
A análise também sugere que o nível e a duração da proteção contra reinfecção, doença sintomática e doença grave são pelo menos iguais aos fornecidos por duas doses das vacinas de RNA mensageiro, como os imunizantes da Pfizer e da Moderna, considerando a cepa original do coronavírus e as variantes Alfa, Delta e a subvariante BA.1 da Ômicron. O trabalho não incluiu dados sobre infecção pela subvariante XBB da Ômicron e suas sublinhagens.
“A vacinação é a maneira mais segura de adquirir imunidade, enquanto a aquisição de imunidade natural deve ser ponderada contra os riscos de doença grave e morte associados à infecção inicial”, diz o principal autor, Stephen Lim, do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde (IHME, em inglês) na Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.
Desde janeiro de 2021, vários estudos e revisões relataram a eficácia da infecção anterior por Covid-19 na redução do risco de reinfecção e como a imunidade diminui com o tempo. No entanto, ainda são escassas as pesquisas que avaliam de forma abrangente quanto tempo dura a proteção após a infecção natural e quão durável será essa proteção contra diferentes variantes.
Para fornecer mais evidências, os pesquisadores realizaram uma revisão e meta-análise de estudos anteriores que compararam a redução do risco de Covid-19 entre indivíduos não vacinados contra uma reinfecção pelo SARS-CoV-2 e indivíduos não vacinados sem infecção anterior até setembro de 2022.
A pesquisa reuniu 65 estudos de 19 países e avaliou a eficácia da infecção prévia por desfecho – como infecção, doença sintomática e doença grave, variante envolvida e tempo desde a infecção. Os estudos que examinaram a imunidade natural em combinação com a vacinação, chamada de imunidade híbrida, foram excluídos das análises.
Imunidade diminui com o tempo
A análise dos dados de 21 estudos relatando o tempo desde a infecção de uma variante pré-Ômicron estimou que a proteção contra a reinfecção de uma variante pré-Ômicron foi de cerca de 85% em um mês – e caiu para cerca de 79% em 10 meses. A proteção de uma infecção de variante pré-Ômicron contra a reinfecção pela variante Ômicron BA.1 foi menor (74% em um mês) e diminuiu mais rapidamente para 36% em cerca de 10 meses.
No entanto, a análise de cinco estudos relatando doença grave (incluindo hospitalização e morte) apontou que a proteção permaneceu universalmente alta por 10 meses: 90% para a linhagem original do coronavírus, Alfa e Delta e 88% para a Ômicron BA.1.
Seis estudos avaliando a proteção especificamente contra sublinhagens Ômicron (BA.2 e BA.4/BA.5) sugeriram proteção significativamente reduzida quando a infecção anterior era ocasionada por variante pré-Ômicron. Mas quando a infecção anterior foi Ômicron, a proteção foi mantida em um nível mais alto.
Apesar dos avanços no conhecimento sobre a imunidade natural ao coronavírus, a coautora do estudo e pesquisadora do IHME Caroline Stein destaca a importância da vacinação contra a doença.
“As vacinas continuam a ser importantes para todos, a fim de proteger as populações de alto risco, como aqueles com mais de 60 anos de idade e aqueles com comorbidades. Isso também inclui populações que não foram infectadas anteriormente e grupos não vacinados, bem como aqueles que foram infectados ou receberam sua última dose de vacina há mais de seis meses. Os tomadores de decisão devem levar em consideração a imunidade natural e o status de vacinação para obter uma imagem completa do perfil de imunidade de um indivíduo”, disse.
O pesquisador do IHME Hasan Nassereldine, coautor do estudo, afirma que são necessárias pesquisas complementares para avaliar a imunidade natural de variantes emergentes do coronavírus e análise da proteção fornecida pela combinação entre a vacinação e a infecção natural.
“Os dados limitados que temos sobre a proteção da imunidade natural da variante Ômicron e suas sublinhagens ressaltam a importância da avaliação contínua, principalmente porque estima-se que elas tenham infectado 46% da população global entre novembro de 2021 e junho de 2022”, pontua.
Os pesquisadores observam que o estudo apresenta algumas limitações, alertando que o número de pesquisas que examinam a variante Ômicron BA.1 e suas sublinhagens e os indicadores da África são geralmente limitados. Além disso, apenas dados limitados estavam disponíveis em período superior a 10 meses após a infecção inicial. Eles também observam que algumas informações, como status de infecção anterior e internações hospitalares, foram medidas de maneira diferente ou incompleta e podem influenciar a estimativa de proteção.
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