Saúde

Deputado Fabio Costa denuncia suspeitas de corrupção na Saúde de Alagoas após operação da PF

Parlamentar afirma que investigação federal expõe distorções no uso de recursos enquanto hospitais enfrentam crise

Por 7Segundos com assessoria 16/12/2025 19h07
Deputado Fabio Costa denuncia suspeitas de corrupção na Saúde de Alagoas após operação da PF
Deputado federal Fábio Costa - Foto: Assessoria

O Deputado Federal Delegado Fabio Costa afirmou que a saúde pública de Alagoas enfrenta um cenário de descaso agravado por suspeitas de corrupção, após a deflagração da Operação Estágio IV pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). A ação ocorreu dentro da Secretaria de Estado da Saúde e apura possíveis crimes praticados durante a gestão do governador Paulo Dantas.

A operação resultou em medidas consideradas graves, como bloqueio e sequestro de bens e valores, afastamento de servidores públicos e o cumprimento de 38 mandados de busca e apreensão. Para Fabio Costa, a atuação das autoridades federais escancara problemas que a população já sente no dia a dia, em um sistema que ele descreve como próximo do colapso.

O deputado contrastou a investigação com a situação vivida pela rede pública estadual. Ele citou calotes milionários, atrasos constantes nos repasses, desmonte de hospitais filantrópicos, pacientes aguardando atendimento em corredores, unidades de pronto atendimento em condições precárias e mais de mil crianças à espera de cirurgias. “Não falta dinheiro. O que existe é um problema grave na forma como os recursos estão sendo utilizados”, afirmou.

Fabio Costa mencionou dados disponíveis em portais oficiais de transparência para ilustrar o que classifica como distorção nas prioridades do governo estadual. Segundo esses registros, somente em 2025, o Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe, recebeu mais de R$ 207 milhões, enquanto a Clínica NOT, que teve como sócio o atual secretário de Saúde, Gustavo Pontes, recebeu mais de R$ 12 milhões. Em contraste, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió recebeu pouco mais de R$ 550 mil no mesmo período, e a Santa Casa de São Miguel dos Campos não recebeu qualquer repasse.

O parlamentar também criticou o que considera uma discrepância entre o discurso institucional e a realidade enfrentada pela população. Ele citou o lançamento recente de programas governamentais na área da saúde enquanto, no mesmo momento, a Polícia Federal cumpria mandados na Secretaria de Saúde para investigar o destino de recursos públicos. “O contraste é revoltante. Enquanto o marketing aparece, quem chega à porta da secretaria é a Polícia Federal”, disse.

Para Fabio Costa, a saúde pública não pode ser tratada como espaço de interesses políticos ou comerciais. Ele defendeu esclarecimentos imediatos por parte do governo estadual e afirmou que continuará cobrando providências. “Esse é o retrato da saúde em Alagoas hoje. A população merece respostas, e os responsáveis precisam ser cobrados”, concluiu.