Número de indígenas que ingressam na Ufal cai quase 30% nos últimos três anos
Hoje, a universidade conta com 323 alunos indígenas
Institucionalizada como Legislação Federal em 29 de agosto de 2012 e depois ampliada em 2016, a popularmente conhecida como “Lei de Cotas” (nº 12.711) democratizou o acesso às universidades federais para os alunos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, além de egressos de escolas públicas e pessoas com deficiência (PCDs).
Nessa quarta-feira, 19 de abril, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, e um levantamento do Instituto Semesp apontou que, no Brasil, a participação de povos indígenas no ensino superior aumentou 374% entre os anos de 2011 e 2021, enquanto que o crescimento dessas populações foi de 66% no período.
Entretanto, a situação no estado seguiu o caminho inverso, quando avaliados os dados da principal instituição de ensino nesta categoria: a Universidade Federal de Alagoas. Isso porque os números da própria Ufal revelam uma queda de 28,3% na quantidade de alunos que ingressaram e se autodeclaram indígenas nos últimos três anos.
A universidade teve uma alta histórica no segundo semestre de 2019, com 173 estudantes aprovados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No entanto, essa quantia despencou exatamente um ano depois, no começo dos últimos seis meses de 2020, e se manteve em queda até o último período registrado, o começo de 2022, quando o número chegou a 124.
Hoje, a Ufal conta com 323 alunos indígenas, dos quais 175 (54,2%) estão fazendo faculdades de licenciatura plena e 148 (45,8%) cursam bacharelado. Estes estão matriculados nos mais diversos cursos, mas os que possuem mais estudantes são os de Geografia (45), Letras (34), Pedagogia (33), História (31), Engenharia Civil (19) e de Produção (15).
Todos os supracitados estão lotados no Campus Sertão da universidade. Em sua maioria (97,1%), os matriculados fazem o curso presencial, enquanto que 2,8% são da modalidade de ensino à distância (EaD).