Economia

Na mistura de música eletrônica com piseiro, quem ganha é o setor de serviços no São João de Maceió

Ambulantes, seguranças e vendedores aproveitaram para faturar um extra nos festejos juninos no Estacionamento do Jaraguá

Por 7segundos 24/06/2023 11h11 - Atualizado em 24/06/2023 12h12
Na mistura de música eletrônica com piseiro, quem ganha é o setor de serviços no São João de Maceió
Andréa e Sara são cunhadas e trabalham juntas como ambulantes no São João de Maceió - Foto: 7Segundos

Não é preciso caminhar muito para conseguir uma água, um chiclete ou comer alguma coisa no estacionamento de Jaraguá. Mais de 200 ambulantes receberam autorização da prefeitura para trabalhar no São João de Maceió. Na noite da sexta-feira (23), a mistura da música eletrônica de Alok e o piseiro do grupo Barões da Pisadinha agitou a cidade e movimentou o setor de serviços.

Ao chegar bairro histórico do Jaraguá, o 7Segundos encontrou várias barracas espalhadas por diversos pontos: desde os mais tranquilos, nas proximidades da Vila Cenográfica do Forró, até dentro do espaço onde acontecem os shows. Aquele churrasquinho com farofa, pastel, sanduíche, acarajé…as opções são muitas.


Leisiane (segunda da esquerda pra direita) veio de Arapiraca só ver o show do Alok

A festa é uma oportunidade para faturar uma renda extra na cidade em que reside, já que Maceió não tinha uma tradição de festejos juninos de grande porte. É o caso das cunhadas Sara Ribeiro, 48 anos, e Andréa Fernandes, 48 anos, que se cadastraram para vender bebidas nas noites de show no Jaraguá.

“Estamos em todos os eventos. Viemos nas prévias, no gospel e agora estamos aqui. Ano passado foi muito bom e esse ano será melhor ainda, porque as atrações estão muito boas e chamam o público”, explicou Sara, ambulante há cinco anos. Ela destaca a parceria com a cunhada como um diferencial, porque estando em família é possível unir diversão e trabalho.

Mas nem só de bebidas e comidas vive o setor de serviços. Há também os seguranças particulares. Alcino Verdino, de 54 anos, bate ponto nos eventos em Maceió há dez anos. “A gente vem de muito tempo nesse setor. Já trabalhei no Maceió Verão, no São João de 2022 e agora estamos aqui”.


Alcino Verdino faz a segurança no Camarote PCD

O posto dele é no Camarote PCD, uma novidade da Prefeitura de Maceió para focar na inclusão e fazer todo mundo cair na festa. Ele conta que a iniciativa é louvável, mas apesar do público do camarote ser mais tranquilo, a atividade ao longo da noite exige uma preparação prévia pelo dia. “Descanso durante o dia e uma boa alimentação para a gente passar a noite. Não sou que nem o Jorge Jesus [técnico de futebol], mas caminho um bocado aqui”, brincou Alcino.

O pessoal da limpeza também estava lá firme, forte e dançante. Os integrantes de uma empresa terceirizada garantem a limpeza do estacionamento do Jaraguá durante os shows. Eles recolhem todo tipo de lixo e levam até o posto de coleta seletiva, também no estacionamento.

Werickson dos Santos, 31 anos, faz parte do grupo com outros 19 trabalhadores. Todos fazem juntos duas atividades alternadas: recolher o lixo e dançar. “A gente vai trabalhando, depois para e começa de novo. Vê um pouquinho dos artistas, aproveita a resenha com os amigos e assim a gente segue a noite toda. Trabalhando e se divertindo”.


Empresa terceirizada recolhe o lixo durante os shows e encaminha pro posto de coleta seletiva

Alok e Barões da Pisadinha

As principais atrações da noite foram o chamariz para alguns fãs enfrentarem a noite fria de junho em Maceió. Leisiane Livia, de 32 anos, veio de Arapiraca só pra ver o show do Alok de perto. “É meu primeiro show dele, por isso a emoção e a agonia. E essa mistura de ritmos é boa. Esperar pelo Alok com forro é um esquenta massa”, conta a estudante ao dizer também que o marido e os amigos viajaram só por causa dela.

Já a família da Jennifer Camila, de 13 anos, veio em peso para curtir os Barões da Pisadinha. Ela, o pai, a mãe e das duas irmãzinhas - uma de dois e a outra de quatro anos de idade, que foram à festa vestidas à caráter. “É bom sair todo mundo junto, em família, para curtir uma banda que a gente gosta”, afirmou a estudante.

Família fã de Barões da Pisadinha