Número de médicos no interior de Alagoas é sete vezes menor que na Região Metropolitana
Estudo da CNM apontou que uma em cada três cidades no Brasil tem dificuldades para contratar esses profissionais
Uma em cada três cidades brasileiras possui falta de médicos na atenção primária por dificuldades de contratação. A informação é de um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que foi realizado via call center com os gestores municipais em quase 3,4 mil cidades.
O estudo reafirmou o que já havia sido divulgado na edição 2023 da “Demografia Médica no Brasil”, feito pela Associação Médica Brasileira (AMB). Esta pesquisa apontou que a densidade foi pelo menos setes vezes menor no interior que no conjunto das regiões metropolitanas, incluindo capitais, nos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Alagoas, Amazonas, Roraima e Sergipe.
A publicação da CNM traz que as regiões Norte e Nordeste são as mais prejudicadas, com o problema impactando majoritariamente os municípios de grande porte, mesmo sendo o menor número de respondentes da pesquisa. Uma possível explicação seria que a maior parte dos médicos quer se dedicar apenas ao trabalho na rede privada ou dividir com a pública.
A AMB divulgou que os médicos com dedicação parcial ou integral ao SUS – 87% dos entrevistados –, a maioria declarou trabalhar em hospitais públicos (69,7%) e atendimentos de urgência e emergência (42,2%). Outros 31,6% trabalhavam em serviços ambulatoriais, 29,6% na rede de atenção primária, 19,7% em universidades, instituições de pesquisa e hospitais de ensino, 10% em serviços administrativos ou de gestão públicos.
Segundo o estudo “Demografia Médica no Brasil”, Alagoas, juntamente aos estados do Amazonas, Roraima, Sergipe, Pará e Maranhão, tem densidade de médicos por mil habitantes inferior a 0,5 no conjunto dos municípios do interior.
No estado são 6.178 médicos em atividade, de acordo com a AMB, dos quais 5.014 estão concentrados na capital, 130 na região metropolitana, e 1.027 no interior.