Mundo

Veja como foi a captura do brasileiro que estava foragido nos EUA

Danilo Cavalcante, condenado à prisão perpétua por matar ex-namorada a facadas, fugiu de presídio na Pensilvânia há 14 dias

Por G1 13/09/2023 20h08
Veja como foi a captura do brasileiro que estava foragido nos EUA
Nas imagens é possível ver o brasileiro escalando a parede e deixando a unidade prisional de Chester County, em 31 de agosto - Foto: Reprodução/Twitter/@chescoda

Câmeras térmicas, um alarme disparado sem querer, mordida de cão farejador e até raios.

As últimas horas da megaoperação da polícia da Pensilvânia para capturar Danilo Cavalcante, o brasileiro condenado à prisão perpétua que fugiu da cadeia nos Estados Unidos, foram repletas de elementos inusitados.

Cavalcante, condenado por matar a facadas ex-namorada Débora Evangelista Brandão, estava foragido desde 31 de agosto, quando conseguiu escapar da prisão escalando paredes (leia mais abaixo). Ele foi preso na manhã desta quarta-feira (13).

Veja a seguir como foi a dinâmica da captura e detalhes inesperados, segundo relato da polícia da Pensilvânia:

Alarme que virou a pista principal
Toda a parte final da operação que teve como desfecho a prisão de Danilo Cavalcante começou com o alarme de um imóvel. O aviso sonoro disparou durante a madrugada dentro do perímetro onde cerca de 500 policiais faziam as buscas.

Policiais não encontraram nada no imóvel, mas isso levou a operação a focar na área.

Aviões, helicópteros, homens em terra e cães farejadores foram descolados para esse ponto e começaram uma busca mais intensa.

Momentos após a captura, os oficiais responsáveis pela força-tarefa posaram com Danilo para uma foto.

Câmeras térmicas

Uma das aeronaves utilizadas na megaoperação de busca pelo brasileiro tinha embutida câmeras térmicas, que detectam o calor humano.

Uma das câmera mostrou um ponto suspeito em uma área de vegetação baixa. Novamente, a operação se focou nesse ponto.

Raios

Mas outro fator inesperado mudou os rumos outra vez: uma forte tempestade, com muitos raios, atingiu a região.

O avião com câmeras térmicas teve então de recuar e pousar de volta em uma base. Equipes em terra também se mantiveram em um local seguro, mas outras aeronaves monitoraram o entorno para evitar uma fuga.

Madrugada interrompida

As buscas foram então interrompidas de madrugada.

No início da manhã, quando a tempestade passou, a polícia continuou investindo no ponto de calor apontado pela câmera térmica.

Caça final

Rapidamente, homens em terra cercaram o local, junto de cães farejadores. Lá, cães de patrulha e policiais em terra confirmaram a hipótese e encontraram Cavalcante, por volta das 08h no horário local (09h no horário de Brasília).
Cavalcante foi preso em uma área de floresta perto do South Coventry, onde se suspeitava que ele estava desde terça-feira (12).

Ele estava embaixo de uma pilha de madeira, e só se deu conta da presença policial quando já estava cercado.

Nova fuga

Ao ver os policiais, ele ainda tentou fugir, se rastejando por uma vegetação.

“Ele ainda tentou rastejar pela vegetação rasteira, levando o rifle que tinha com ele”, disse o tenente-coronel George Bivens, que coordenou a megaoperação.

Nesta quarta, em entrevista ao jornal "The New York Times", a mãe do brasileiro, Iracema Cavacalte, afirmou que o filho foi treinado para lutar pela sobrevivência e que iria tentar fugir até o fim.

Durante a fuga, o brasileiro costumava se mover durante a noite. "Ele só caminhava de dia se pressionado por nossas patrulhas", disse Bivens.

Mordida de cachorro

Nesse momento, policiais soltaram um dos cães farejadores que estavam na equipe. O animal deu uma "mordida leve" em Cavalcante, conseguindo assim pará-lo sem que disparos tenham sido feitos.

O brasileiro chegou a ser atendido por um médico por conta da mordida após ser capturado, mas o ferimento foi leve, segundo a polícia.

Nenhum tiro disparado

Durante a coletiva de imprensa para detalhar a prisão de Cavalcante, um dos pontos mais destacados pelos policiais e até pelo governador da Pensilvânia, que participou da coletiva, foi o fato de nenhum tiro ter sido disparado.

Segundo a polícia, ninguém ficou ferido durante toda a ação, e nenhum tiro foi disparado - autoridades temiam a possibilidade de vítimas pelo fato de que o brasileiro estava armado.