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Argentinos vão às urnas neste domingo para eleger novo presidente; entenda o que está em jogo

Argentinos escolhem também 130 deputados, 24 senadores, 4 governadores e o chefe de governo da cidade de Buenos Aires

Por CNN 21/10/2023 16h04
Argentinos vão às urnas neste domingo para eleger novo presidente; entenda o que está em jogo
Javier Milei, Sergio Massa e Patricia Bullrich - Foto: Montagem/Valor

Os argentinos vão às urnas neste domingo (22) para definir quem será o novo presidente do país. O vencedor sucederá Alberto Fernández a partir de 10 de dezembro.

Assim como foi nas eleições primárias, além do novo presidente, também serão escolhidos 130 deputados e 24 senadores de oito províncias. Também há eleições para governador de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos e Santa Cruz, e para o chefe do governo da cidade de Buenos Aires.

  1. São cinco os candidatos que concorrem para ocupar a Presidência da Argentina:

    Sergio Massa, atual ministro da Economia e candidato do governo União para a Pátria;
    Javier Milei, do A Liberdade Avança;
    Patricia Bullrich, de Juntos pela Mudança;
    Juan Schiaretti, governador de Córdoba, do Hacemos por Nuestro País;
    Myriam Bregman, deputada pela Frente de Esquerda e dos trabalhadores.

    Este ano, mais de 35 milhões de pessoas poderão ir às urnas votar, segundo o Observatório Político Eleitoral do governo nacional.

    O que está em jogo?

    O analista e pesquisador argentino Carlos Germano, diretor da consultoria Carlos Germano y Asociados, disse que, nestas eleições, o que está em jogo é o fim de um ciclo.

    Ele estacou que o país enfrenta uma “transição plena de liderança política”, o que permitiu o aparecimento de figuras como Javier Milei, representante da extrema-direita do país.

    “A ruptura entre cidadãos e lideranças políticas foi tão forte nos últimos anos que permitiu o aparecimento de uma figura que, com uma síntese brutal na sua campanha política, conseguiu captar claramente os jovens a partir dos 40 anos”, afirmou Germano em referência a Milei.

    Por sua vez, o consultor e analista político Federico González, diretor da Federico González y Asociados, acredita que a Argentina enfrenta uma dicotomia nas próximas eleições: a defesa da democracia e vontade de transgredir as instituições.

    “Um fato importante que está em jogo é o republicanismo versus a transgressão das instituições, uma variante irmã do conceito de ‘Civilização e Barbárie'”.

    González acrescentou que “no plano político, por um lado, está em jogo o rosto da República e, por outro, uma espécie de ‘Se não gosto da Constituição, agirei conforme o meu desejo'”.

    Na mesma linha conceitual, mas com algumas variações em relação aos seus colegas, a pesquisadora e analista de opinião pública Shila Vilker expressa que “a política argentina está numa espécie de encruzilhada”.

    A diretora da consultoria Tres Punto Zero considera que “existe um grande acordo social, mesmo entre os eleitores do partido no poder, de que a situação atual não pode continuar”.

    “Para alguns, é uma mudança total de sistema. Para outros, é uma mudança de ação. Para outros, é uma mudança de sentido em relação ao rumo que a Argentina está tomando. De qualquer forma, o significado da mudança não é muito claro”, acrescenta Vilker na sua explicação.

    Neste sentido, a analista firma haver “um ponto de virada num processo que não pode continuar na inércia e tem que reorientar o seu curso e identidade”.