Saúde

Neuropsicóloga desvenda mitos sobre espectro autista e ressalta importância do conhecimento

Priscila Barbosa explica principais características do transtorno

Por Wanessa Santos / Rede Antena 7 04/04/2024 10h10 - Atualizado em 04/04/2024 12h12
Neuropsicóloga desvenda mitos sobre espectro autista e ressalta importância do conhecimento
Neuropsicóloga Priscila Barbosa esclarece mitos sobre o autismo - Foto: Kely Alves / Antena 7

Na última terça-feira (02), foi comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em todo o mês de abril, o assunto deve se manter em alta, pela importância de levar mais informação e conscientizar a sociedade sobre o tema. A neuropsicóloga Priscila Barbosa, e Analista do Comportamento, foi entrevistada no Antena Manhã, da Rede Antena 7, e esclareceu alguns mitos e verdades sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Para grande parte da sociedade o autismo ainda pode ser um assunto pouco esclarecido. Priscila Barbosa explica o que é o autismo, e suas principais características: “O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, e a pessoa já nasce com o autismo”, conta, desmistificando coisas como: o autismo ‘se pega’ com vacinas, ou se adquire autismo pelo uso de telas, ou, ainda, que crianças negligenciadas pelas mães ‘viram’ autistas.

A neuropsicóloga explicou quais são as principais características que ocorrem em indivíduos com o transtorno, que são: dificuldade na comunicação social e interação com outras pessoas e a presença de movimentos restritos, repetitivos ou estereotipados. É importante que os pais, ao perceber a possibilidade da sua criança ser autista, fiquem atentos a alguns sinais ainda enquanto bebês.

A ausência de contato visual na hora da amamentação, por exemplo, o balbucio em pouca quantidade, ou, ainda, aquele comportamento em que se busca interagir com a criança, mas ela não demonstra reação de volta, podem ser sinais de alerta em bebês. Já em crianças por volta de 1 ano, a ausência da fala e da intenção comunicativa também devem ser levadas em consideração para uma possível investigação do TEA.

“Aquela criança, já perto de um aninho, que ela praticamente não fala nenhuma palavrinha, ou o pai chama pelo nome e a criança sequer olha, não aponta, não imita comportamentos, dar tchau ou mandar beijo, são sinais que a gente já observa em crianças muito pequenas”, explica Priscila.

Ela conta que as famílias que observarem alguns desses sinais de alerta em suas crianças, é importante que elas busquem uma avaliação com médico especialista.

Níveis de Suporte


Até pouco tempo se falava em ‘grau de autismo’, para designar o nível de comprometimento que cada indivíduo dentro do espectro possuía. Hoje a nomenclatura foi substituída por Níveis de Suporte, que podem ter escala de 1, 2 ou 3. O autista com nível de suporte 1 seria aquele considerado “leve”, em que a pessoa consegue se comunicar, consegue socializar, estudar, e irá realizar suas atividades com pouca ajuda.

Já no nível de suporte 2, que seria um autismo moderado, a pessoa vai precisar de um pouco mais de ajuda para realizar atividades do cotidiano. E, aqueles que estão no nível 3 de suporte, que seria considerado o autismo grave. Geralmente, as pessoas dentro desse nível de suporte possuem uma deficiência intelectual associada, não conseguem se comunicar de maneira eficiente, e deverão ter muita ajuda para realizar ações básicas do dia a dia como se alimentar, se vestir ou realizar as atividades de higiene pessoal.

A neuropsicóloga desfaz outro mito bastante comum, de que pessoas com autismo possuem limitações que impossibilitam esses indivíduos viver em sociedade: “É possível que autistas convivam tranquilamente em sociedade, contudo, é de extrema importância que a estimulação daquela pessoa ocorra desde os primeiros anos de vida”, diz.

O diagnóstico precoce é importantíssimo para que a criança com TEA possa dar início, efetivamente, ao tratamento específico, e tenha muito mais probabilidade de avançar em ganhos de habilidades sociais, comunicativas e comportamentais. Isso trará mais qualidade de vida e também diminuirá a necessidade de manter uma rotina intensiva de terapias ao longo da vida.

Veja entrevista na íntegra no https://www.redeantena7.com.br...