Após novos casos, saiba como evitar e o que fazer em ataques de cães
7Segundos conversou com adestrador e biólogo sobre o assunto
No início de abril, a escritora Roseana Murray foi vítima do ataque de 3 cães da raça Pitbull, no estado do Rio de Janeiro. O caso repercutiu nacionalmente devido a gravidade dos ferimentos sofridos. Com isso, mais uma vez, o tema voltou a ganhar espaço diante do medo da população com relação, além da importância de esclarecer alguns mitos sobre o comportamento agressivo de algumas raças de cães.
Para falar melhor sobre o comportamento desses animais, a reportagem do 7Segundos conversou com o Adestrador Comportamentalista de Cães, Henrique Camilo, que explicou sobre os vários tipos de agressão canina. Segundo ele, existem diversas motivações que levam ao cão a ter o impulso de morder.
O instrutor classificou os seguintes tipos: Agressão predatória, que é o impulso natural de perseguir e morder. Agressão reativa, que seria a reação de fuga e luta. Segundo Camilo, esse tipo de agressão pode ocorrer quando o animal se sente ameaçado, quando ele percebe que sua integridade física está correndo perigo. Os fatores que podem levar o cão a entender que corre risco seriam: forte stress, disputa por comida ou invasão do seu território.
Um terceiro tipo de agressão canina é a agressão social. O adestrador conta que essa forma de violência se dá em indivíduos da mesma espécie, que estejam em algum tipo de concorrência. Entretanto, ele explica que esses ataques podem ser direcionados para os seres humanos. “O gatilho para essa agressão é a simples presença de um concorrente. Como os cães estão muito inseridos na sociedade, esses ataques, que deveriam ocorrer com outros cães, podem ser canalizados em seres humanos”, diz.
Como evitar
Embora seja comum observar, nesse tipo de situação, cães da raça Pitbull, como foi com a escritora Roseana Murray, os incidentes não são restritos à raça. Henrique Camilo observa que excluir os filhotes, de qualquer raça, de socializar entre si, e com seres humanos, pode trazer problemas no comportamento desses cães futuramente.
Para ele, é fundamental promover essa socialização desde os primeiros meses de vida. Camilo dá, ainda, outras orientações para evitar a agressividade dos pets: “É importante atender todas as necessidades do seu cão: realizar atividades físicas, ensinar a ter disciplina, oferecer afeto, além de promover um adestramento adequado, além de disponibilizar um ambiente enriquecido que irá manter aquele cão em constante atividade”, explica.
Os ataques de cães a seres humanos ocorrem em todo o mundo, embora se tenham poucos dados estatísticos sobre esse tipo de ocorrência. O 7Segundos tentou obter números de ataques de cães em Alagoas e na capital, porém nenhum órgão contatado pôde fornecer os números.
Quais os Ricos
Segundo o Biólogo da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Maceió, Carlos Fernando, existem dois fatores de risco que a mordida de um cão pode trazer. O primeiro é o efeito traumático, como a perda de pele e músculos, e até quebra óssea a depender da região da mordida e do tipo da raça.
O segundo é em relação a doenças transmissíveis pela mordida, como a raiva que, segundo ele, é a preocupação maior nesses casos. O biólogo esclarece que, com relação a suspeita de que o animal esteja com o vírus da raiva, é importante observar as seguintes características no cão: agressividade excessiva, salivação e agitação.
Em casos de ataques de cães com suspeita de raiva, o biólogo explica, ainda, que a vítima deve ser encaminhada, com máxima urgência, para o Hospital Hélvio Auto, na capital alagoana. Já com relação ao animal, é importante solicitar que uma equipe da Zoonose vá até o local, fazer o recolhimento no animal infectado.