Saúde

Estado assegura assistência médica e psicológica para comunidade LGBTQIAPN+

Iniciativas promovidas pela gestão estadual visam à diminuição da desigualdade de acesso à saúde

Por 7Segundos , com Ascom 17/05/2024 13h01
Estado assegura assistência médica e psicológica para comunidade LGBTQIAPN+
As pessoas LGBTQIAPN+ que sofrem violência são acolhidas e assistidas nas Salas Lilás mantidas pela RAV nas unidades hospitalares da Sesau - Foto: Nildo Lopes / Ascom Sesau

Nesta sexta-feira (17), data em que é celebrado o Dia Internacional de Combate à LGTBfobia, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reafirma o compromisso em assegurar assistência médica e psicológica adequada para essa comunidade em Alagoas. Iniciativas promovidas pela gestão estadual visam à diminuição da desigualdade de acesso à saúde, por meio da oferta de várias ações, realização de consultas, exames e procedimentos cirúrgicos, além de atividades voltadas para a prevenção de doenças.

Entre as iniciativas, está o Ambulatório Trans da Sesau, o primeiro serviço direcionado ao acolhimento e atenção à saúde da população transexual pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas. O atendimento ocorre na Clínica da Família do Jacintinho, em Maceió. Ao todo, 270 pacientes foram cadastrados até o último mês de abril e são realizados cerca de 100 atendimentos mensais, por uma equipe multidisciplinar, que oferece suporte acolhedor e especializado a quem busca o serviço.

A psicóloga do Ambulatório Trans, Bruna Diniz, destaca que a iniciativa democratiza o acesso à Saúde de transexuais no Estado. “Com esse serviço, nós pensamos a saúde de forma integral, cuidando da parte física e também da parte psicológica. É um trabalho fundamental, pois é voltado para um público que enfrenta muitos preconceitos e violência. Quando adotamos uma política de saúde que acolhe, cuida e respeita, nós lutamos contra uma sociedade que exclui essas pessoas”, afirmou a profissional.

Transexual é alguém que não se identifica com seu sexo biológico e busca se adequar à sua identidade de gênero, podendo, se submeter a um tratamento hormonal ou cirúrgico, a depender do caso. Esse público pode buscar atendimento no Ambulatório Trans, por meio de encaminhamento pela Atenção Básica do município de residência, via Sistema de Regulação Estadual (SisReg) ou pelo WhatsApp, no número (82) 98833-8816, facilitando a oferta para o público-alvo do serviço.

A equipe multidisciplinar do Ambulatório Trans é formada por médico endocrinologista, clínico-geral, enfermeiro, assistente social, psicólogo, psiquiatra, urologista, proctologista, mastologista, ginecologista e nutricionista. Além disso, também é possível fazer terapia hormonal no local. Outro ponto a ser destacado é que os pacientes ainda podem contar com todas as especialidades oferecidas pela Clínica da Família, que funciona no mesmo prédio.

Bruna Diniz ainda lembra que o Dia Internacional de Combate à LGTBfobia foi criado após a Organização Mundial de Saúde (OMS) excluir a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). “É importante frisar que a orientação sexual e a identidade de gênero não podem ser vistas como doenças. A gente, como sociedade, já superou isso. Precisamos compreender que todos devem ser respeitados e acolhidos como são, sem preconceitos”, frisou a psicóloga.

ACOLHIMENTO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA


As pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ que sofrem violência física ou sexual podem contar também com a Rede de Atenção às Violências (RAV), vinculada a Sesau, que presta todo o acolhimento inicial com uma equipe multidisciplinar, para que as vítimas tenham assistência qualificada e adequada, por meio de uma escuta especializada. Essa iniciativa ainda conta com uma integração com a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

O técnico de planejamento da RAV, Pedro Santos, ressaltou que a Sesau possui uma portaria específica para a atenção e cuidado integral à saúde da comunidade LGBTQIAPN+ desde 2018, potencializada em 2023. “A RAV absorveu a população LGBT como um grupo vulnerável prioritário para as políticas e estratégias de enfrentamento a violência e ao preconceito. Nosso papel é fortalecer e preparar essa vítima para que ela seja direcionada a um serviço especializado, como o que é oferecido na Clínica da Família do Jacintinho, por exemplo”, explicou Pedro Santos.

O atendimento da RAV é realizado por meio das Salas Lilás, presentes em várias unidades de saúde estaduais, sendo o Hospital da Mulher (HM), em Maceió, a referência no Estado. Além disso, a Sesau realiza constantes capacitações com os servidores públicos de Alagoas para assegurar o uso do nome social nos registros do Sistema de Informação em Saúde (e-SUS), garantindo um atendimento humanizado e evitando a LGBTfobia.

Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, todos os esforços buscam ampliar e qualificar a rede pública estadual para amparar bem a todos. “Nosso objetivo é garantir às pessoas LGBTQIAPN+ o respeito e a prestação de serviços de saúde com qualidade e sem discriminação ou preconceito. Essa é a orientação que recebemos do governador Paulo Dantas, para acolher quem mais precisa e cuidar de todos com o coração”, afirmou o gestor da saúde estadual.