Economia

Ibovespa fecha com leve baixa, apesar da forte alta de Vale e de novo recorde

Bolsas dos EUA terminam com leves altas, na véspera de Nvidia; dólar sobe 0,20%

Por Infomoney 27/08/2024 20h08
Ibovespa fecha com leve baixa, apesar da forte alta de Vale e de novo recorde
Transações se iniciaram com o Ibovespa girando em torno de 136.7 mil pontos pontos - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ibovespa lutou bastante hoje, porém acabou fechando com baixa curta de 0,08%, aos 136.775,91 pontos, uma perda de apenas 112,80 pontos. Parece um resultado ruim, mas o pregão de hoje marcou novo recorde: a máxima do dia se tornou também o maior patamar intradiário (com o pregão em andamento) de todos os tempos, com 137.212,64 pontos, ultrapassando os 137.039,54 pontos da quarta-feira passada (21). Em resumo, numericamente o dia pode ter ficado no zero, mas foi definitivamente histórico, como tem sido o Ibovespa durante essa metade final de agosto.

O dólar comercial voltou a ter uma alta curta, como aconteceu ontem. Dessa vez, com 0,20%, a R$ 5,50. Os juros futuros (DIs) fecharam com altas por toda a curva, seguindo os vértices mais longos da curva de Treasuries nos EUA.

Boas notícias para o Ibovespa

A Bolsa brasileira segue recebendo boas notícias para impulsionar seus recordes. O fato de hoje foi o IPCA-15 de agosto, a prévia da inflação, que voltou a desacelerar, com alta de 0,19% ante julho, após ter subido 0,30% um mês antes. Para Alexandre Maluf, economista da XP, a leitura divulgada hoje, contudo, aponta para uma inflação persistente e resiliente. A média dos núcleos, uma leitura que o BC acompanha com lupa, está em torno de 4,2% na métrica de 3 meses anualizada. “Isso mostra que os núcleos de inflação têm rodado acima da meta de 3% e isso deve continuar adiante. Dá um pouco de suporte de que o BC tem de reagir a esse cenário”, destaca o economista.

Apesar da desaceleração, o Santander não enxerga uma trajetória “muito diferente da inflação à frente”, com o “câmbio relativamente mais depreciado”, que “coloca alguma pressão sobre os preços; o IPCA deve terminar o ano com alta de 4,3%”.

Há divergências. Étore Sanchez, Ativa Investimentos, destaca que o IPCA-15 de agosto, “no final das contas, entrou em processo de recuo” e que “o índice ‘fechado’ do mês, a ser divulgado no início de setembro, deve apresentar deflação de 0,06% (preliminarmente)”.

O Ibovespa atuou hoje mais ou menos como Nova York, que também oscilou bastante e sem se descolar muito da estabilidade. Os mercados globais também tiveram cautela nesta sessão, com investidores na espera de divulgações importantes na semana, incluindo o balanço da Nvidia, amanhã, e a inflação PCE de julho, na sexta-feira (30), sem contar outra prévia do PIB norte-americano na quinta (29).

Vale dispara
No final das contas, o que quase segurou a Bolsa brasileira no positivo tem um nome: Vale (VALE3). A mineradora disparou hoje 3,01%, maior alta em um só dia desde os 5,46% de 8 de abril último. O minério de ferro subiu, mas o que motivou mesmo a alta das ações foi ter deixado de lado um forte fator de incerteza da companhia. A mineradora oficializou na noite da última segunda-feira (26) o nome de Gustavo Pimenta como seu novo CEO (diretor presidente), eleito de forma unânime pelo Conselho de Administração.

De resto, equilíbrio. Os bancos ficaram mistos, com BB (BBAS3) caindo 1,13% e Bradesco (BBDC4) perdendo 1,22%, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,11%. Petrobras (PETR4) perdeu 1,34%, com petróleo em baixa e ajuste após fortíssima alta de ontem. E varejo subiu em grande parte, com destaque para Lojas Renner (LREN3), que disparou 3,67%.

Ainda é preciso sublinhar o primeiro dia de Americanas (AMER3) após o grupamento de ações. Hoje, o ativo subiu nada mais, nada menos do que 40,00%. Na sessão da véspera, os ativos encerraram o dia a R$ 0,05, na mínima histórica (uma queda de 99,58% desde os R$ 12 registrados antes da revelação do rombo contábil bilionário que fez com que os ativos despencassem); com isso, pós-grupamento, os ativos com ajuste foram cotados a R$ 5.