Acidentes

Após um mês, empresa ainda não explicou morte de trabalhador na Ponte Divaldo Suruagy

Ministério Público do Trabalho de Alagoas aguarda envio de documentações

Por Wanessa Santos 20/09/2024 11h11 - Atualizado em 20/09/2024 11h11
Após um mês, empresa ainda não explicou morte de trabalhador na Ponte Divaldo Suruagy
Acidente que vitimou Eraldo Rodrigues Neto, de 21 anos, ocorreu em agosto deste ano, enquanto o rapaz trabalhava na obra de reparos da ponte Divaldo Suruagy - Foto: Ascom / Reprodução

O Ministério Público do Trabalho de Alagoas (MPT/AL) segue aguardando que a empresa responsável pelas obras na Ponte Divaldo Suruagy, onde um trabalhador caiu e veio a falecer em agosto deste ano, forneça a documentação solicitada pelo órgão que irá ajudar nas investigações sobre o acidente fatal. A empresa já havia sido notificada para entregar os documentos num prazo de cinco dias, porém, solicitou ao MPT mais 15 dias para atender ao pedido. O prazo atual tem início nesta sexta-feira (20) e termina no próximo dia 04 de outubro.

De acordo com o MPT, além dos documentos solicitados, a empresa Jatobeton Engenharia, responsável pelas obras na Ponte Divaldo Suruagy, deverá apresentar uma manifestação sobre o acidente que causou a morte de Eraldo Rodrigues Neto, de apenas 21 anos. O rapaz havia desaparecido na Lagoa Mundaú no dia 13 de agosto. O corpo do rapaz só foi encontrado no dia 15 de agosto, quando foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL).

Além de apresentar a documentação para o MPT, a Jatobeton também deverá enviar um ofício para a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/AL) para que a SRTE informe o andamento atual das investigações. A SRTE que embargou a obra logo após o acidente.

Documentação


A empresa responsável pelas obras na ponte Divaldo Suruagy deve fornecer os seguintes documentos ao MPT, até o próximo dia 4 de outubro:

- Comunicações de Acidente de Trabalho (CATs) emitidas nos últimos 12 meses;

- Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR);

- Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho (LTCAT);

- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da empresa;

- Cópia das fichas de entrega de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) dos trabalhadores que laboram em Alagoas;

- Cópia dos certificados de conclusão de curso de trabalho em altura de todos os empregados que já realizaram o treinamento e estavam laborando na obra onde houve o acidente fatal;

- Dados completos do trabalhador acidentado/falecido, com a descrição das circunstâncias do acidente e comprovação das medidas tomadas após o ocorrido;

- Cópia do contrato de prestação de serviços da obra onde o trabalhador foi vitimado;

- Relação completa dos trabalhadores da empresa em Alagoas – que inclui os que laboram na obra onde ocorreu o acidente fatal -, acompanhado de cópia das fichas de registro desses empregados, emitidas pelo e-social;

O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) também havia sido notificado a prestar esclarecimentos sobre as circunstâncias do acidente, porém solicitou a sua exclusão das investigações, informando que realizava suas fiscalizações de forma frequente e habitual no local de serviço, não identificando irregularidades.

Além das informações solicitadas à empresa, o MPT também irá anexar à investigação o auto de infração lavrado pelo órgão. O caso segue sob investigação.

A reportagem do 7Segundos deixa o espaço aberto caso a empresa Jatobeton Engenharia queira se pronunciar sobre o assunto.