Perícia encontra digital de suspeito que estava em briga de torcedores que deixou um morto
Caso ocorreu no início do mês em um bar no bairro Cruz das Almas
O Instituto de Criminalística de Maceió conseguiu identificar um possível envolvido na briga entre torcedores do CSA e CRB que terminou com uma pessoa morta no início do mês. Após a perícia realizada em veículo que estava no local, uma impressão dígito-papilar foi coletada e é compatível com as digitais de um homem que já foi preso por briga entre torcidas organizadas.
O caso ocorreu no dia 4 deste mês. Torcedores do CRB estavam em um bar no bairro de Cruz das Almas, em Maceió, para assistir a partida contra o Vila Nova. Câmeras de segurança flagraram quatro veículos chegando ao local com torcedores do CSA e em seguida eles partindo para agredir torcedores do CRB que estavam no bar.
Houve uma reação com agressões mútuas, um quebra-quebra, correria, e disparos de arma de fogo, que terminou com um dos envolvidos baleado. O jovem de 19 anos foi atingido por tiros no tórax e no abdômen e chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado. Ele ficou internado na UTI, mas morreu 8 dias após a confusão.
Durante as investigações, um policial militar aposentado se apresentou na delegacia e confirmou que a arma usada no incidente é de sua propriedade e relatou que seu filho, de 23 anos, foi quem disparou os tiros para se defender durante a confusão.
Perícia
Ao fazer a primeira análise no Fox de cor branca, no pátio do 6º Distrito Policial, a perita criminal Nathalia Lins identificou inicialmente danos e uma perfuração de arma de fogo. Com perspicácia, a integrante da Polícia Científica conseguiu localizar e coletar digitais no espelho retrovisor no interior do carro e enviar para análise papiloscópica no setor de Microvestígios do IC de Maceió.
Os peritos criminais Ana Márcia, Lincoln Machado e Nicholas Passos, do setor de Microvestígios e Objetos, explicaram que a papiloscopia forense é importantíssima para identificar e comprovar a presença de suspeitos em locais de crime. Além de mais rápida e de baixo custo, esse tipo de exame é 100% confiável. “Todo indivíduo possui digitais únicas, individualizadas que o identificam”, explicou Ana Marcia.
Os peritos explicaram ainda que as impressões ou fragmentos dígito-papilar muitas vezes não são visíveis a olho nu. Quando localizadas, o perito criminal precisa usar técnicas específicas e alguns tipos de reagentes para obter êxito na revelação para coletá-las de forma correta. “A qualidade da impressão coletada é o que possibilita o confronto, por isso a importância de uma boa preservação do local de crime para garantir uma perícia mais primorosa por parte dos peritos criminais”, afirmou Nicholas Passos.
No caso da briga entre os torcedores, após receber o vestígio, o perito criminal Lincoln Machado inseriu o fragmento de impressão digital para pesquisa no Sistema automatizado de identificação biométrica (ABIS). Composto pelos bancos de dados civil e criminal do Estado, o sistema possui hoje mais de 4 milhões de registros.
“O fragmento de impressão digital foi revelado e encaminhado para a seção de Microvestígios e Objetos do Instituto de Criminalística de Maceió. A qualidade do material possibilitou a inserção no ABIS. Após uma ampla pesquisa no banco estadual, o fragmento apresentou mais de 20 pontos coincidentes com o quirodáctilo polegar esquerdo de um dos candidatos, concluindo o exame com um Match perfeito, confirmando que aquela impressão digital encontrada dentro do veículo pode ser de um dos envolvidos na briga. Isso demonstra a importância da papiloscopia nas investigações criminais”, concluiu o perito Lincoln Machado.
Os laudos produzidos pelo ICM foram encaminhados para o delegado Robervaldo Davino, do 6º DP, que segue investigando o caso para identificar os demais envolvidos na confusão. O homem identificado pelas digitais será intimidado pela delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso.