Acidentes

Eleição em SP: Nunes tem 45% e Boulos, 33%, diz Quaest

Foram ouvidos 1.200 eleitores da cidade de São Paulo pela Quaest, entre os dias 13 e 15 de outubro; margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos

Por CNN Brasil 16/10/2024 21h09
Eleição em SP: Nunes tem 45% e Boulos, 33%, diz Quaest
Nunes e Boulos se enfrentam no 2º turno em São Paulo - Foto: Montagem - Antonio Chahestian e Edu Moraes/RECORD

O candidato Ricardo Nunes (MDB), que disputa o comando da capital paulista no segundo turno, foi entrevistado pelo SP2 nesta quarta-feira (16) e prometeu alfabetizar 100% dos alunos. Nunes não garantiu que manterá congelada a tarifa de ônibus e afirmou também que medidas efetivas para reduzir poluição, como ampliação do rodízio, fechamento de escolas e ponto facultativo, dependem de orientação de técnicos.

O prefeito, que disputa a reeleição, foi sabatinado pelo jornalista José Roberto Burnier. A entrevista teve a duração de 16 minutos e foi transmitida ao vivo no SP2, com exibição também no g1 e no Globoplay. Na terça (15), Boulos foi sabatinado.

A respeito de manter a tarifa de ônibus em R$ 4,40 em caso de reeleição, ele afirmou que, no final deste ano, vai estudar os dados sobre finanças relacionadas ao transporte na capital para tomar alguma decisão.

SP2: Ricardo Nunes (MDB) responde sobre tarifas de ônibus

"Eu já demonstrei, eu só reduzi impostos, eliminei taxa, mantive a tarifa congelada. Eu faço um governo liberal, um governo que traz a atratividade econômica para a cidade. Portanto, a nossa intenção é essa agora. O que acontece, você, no cargo de prefeito, precisa ter responsabilidade fiscal. Eu falo com muito orgulho que eu consegui restabelecer a saúde financeira dessa cidade. São Paulo hoje tem capacidade, a Fitch Ratings, a agência internacional que classifica os países, estados e municípios, ela nos deu a classificação de triple ‘As’: alto nível de investimento baixo de indevidamente agora", afirmou.

Ao pedido de Burnier para explicar a questão da tarifa, Nunes respondeu: "Vou falar, então, para ter toda essa saúde financeira, precisa ter responsabilidade. A tendência é que sim. Agora, o que vai fazer, vai chegar no final do ano, nós vamos pegar todo o estudo, ver como é que a gente vai ter a questão de recebimento. Aquilo que a gente tem com relação à questão do transporte, de tomar uma decisão técnica. Eu não vou é ser irresponsável. É muito rapidinho, eu preciso explicar a gratuidade. As pessoas falam do subsídio: R$ 1,4 bilhão é da gratuidade dos idosos, em torno de R$ 700 milhões, a gratuidade dos estudantes, em torno de R$ 500 milhões, é a gratuidade das pessoas com deficiência física".

A respeito do repasse feito pela prefeitura às empresas de ônibus, o emedebista afirmou: "Isso que eu estou explicando: R$ 1,4 bilhão é referente à gratuidade dos idosos. Eu não vou tirar gratuidade do idoso, muito pelo contrário. Vamos manter. R$ 700 milhões, gratuidade dos estudantes, eu não vou tirar. Obviamente precisamos manter a gratuidade das pessoas PCD, R$ 500 milhões. Então, a gente tem essas gratuidades, são benefícios adquiridos que a gente vai manter. A gente tem condições hoje, até por conta de atender a legislação e da saúde financeira da cidade, o que tem uma remuneração, mantive a tarifa congelada. A gente faz a remuneração da empresa porque, se não tivesse... Olha como esse assunto é importante: gente, se não tivesse congelado a tarifa, se a gente fosse ter todo esse investimento e não tivesse que o repasse, a tarifa seria R$ 11,20. Você não quer pagar R$ 11,20. Por isso que no meu governo eu mantive R$ 4,40. Porque a prefeitura faz esse investimento para manter o ônibus funcionando, uma tarifa menor, incentivando o transporte coletivo".

Sobre a relação entre o trabalho de podas na capital e os desdobramentos da tempestade que atingiu a cidade na sexta-feira (11), Ricardo Nunes disse que retirou todas as árvores que não estavam em contato com a rede elétrica no domingo (13), e afirmou que ainda aguarda a Enel manejar 19 árvores energizadas.

SP2: Ricardo Nunes (MDB) responde sobre podas de árvores e falta de luz


"Nós fizemos 620 mil podas. Se você pegar, por exemplo, 2016, havia menos da metade que isso, então nós dobramos a capacidade o número de equipes. De 2021 até agora, no meu mandato, 620 mil podas. Em 2016, demoravam 517 dias para fazer uma poda, hoje a gente reduziu para 50 dias e estamos no processo de reduzir ainda mais", afirmou.

O candidato criticou a concessionária e disse que o governo federal não foi capaz de interromper a operação da empresa em São Paulo.

Educação

O atual prefeito desconsiderou os dados do Inep, que colocam São Paulo em 21º no ranking de alfabetização entre capitais, e afirmou que o índice a ser considerado é o da Provinha São Paulo, segundo o qual 86,7% dos alunos da rede municipal estão alfabetizados. Além disso, ele prometeu chegar aos 100% de alfabetização em um suposto segundo mandato e premiar escolas.

"O que a gente vai fazer agora: o segundo ano do ensino fundamental, nós vamos fazer no início do ano a prova com relação à alfabetização e, no final do ano, outra prova. Vamos colocar ali parâmetros e aquelas escolas que conseguirem atender aqueles parâmetros, aqueles objetivos colocados, elas terão uma premiação."

Ricardo Nunes (MDB) no estúdio do SP2 — Foto: Reprodução/TV Globo
Ricardo Nunes (MDB) no estúdio do SP2 — Foto: Reprodução/TV Globo


Em relação ao número de prédios que foram construídos sem autorização da prefeitura, Nunes disse que fez concurso para aumentar o número de fiscais na capital. Além disso, o prefeito informou que o corpo técnico utiliza tecnologia de georreferenciamento para monitorar se imóveis têm ou não algum tipo de licença.

"Eu fiz o concurso, aumentamos o número de fiscais. Eu pedi na Justiça para demolir o prédio, infelizmente a Justiça não concedeu. Nenhuma crítica, só estou aqui repassando. Nós pedimos, para ver que a gente não tem nenhum tipo de aceitação com nada de malfeito, eu pedi a demolição do prédio. A Justiça não deu. Evidentemente, não tem como fazer. Continua esse processo na nossa Controladoria, desses casos, dentro da fiscalização, dentro do rigor. Inclusive, o funcionário que estava na área de fiscalização desse prédio eu já demiti", ressaltou.

No primeiro turno, Nunes teve 29,48% dos votos válidos e Boulos, 29,07%. A diferença de votos entre os dois foi de 25 mil votos.

Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (16) mostra Nunes com 45% das intenções de voto e Boulos, com 33%.