Militar foi até a casa de Moraes para prendê-lo, aponta PF
Relatório indica que militar com codinome “Gana” foi às imediações da residência funcional de Moraes em operação clandestina para sequestro

Um militar foi à quadra onde fica a residência funcional do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para sequestrá-lo, no final de 2022, aponta relatório da Polícia Federal. Com o codinome “Gana”, o agente participou de uma operação clandestina com participação de Mauro Cid, então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A PF prendeu nesta terça-feira (19) militares envolvidos num plano para assassinar o magistrado, além do presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
De acordo com a Polícia Federal, seis militares do Exército participaram dos preparativos para sequestrar e matar Moraes. A maioria deles adotou nomes de países para evitar identificação. Os diálogos obtidos pela PF mostram que o grupo se organizou para investir contra o magistrado no dia 15 de dezembro.
“Conforme exposto, de acordo com as mensagens analisadas, Gana estava inicialmente no final do bairro Asa Sul. Em uma das mensagens ele diz: ‘Andei a Asa Sul inteira’. Nesse sentido, os dados obtidos pela investigação confirmaram que o ministro Alexandre de Moraes, em dezembro de 2022, tinha residência funcional [no local]”, diz um trecho do relatório da PF.
O documento continua: “Ou seja, o ministro residia no final da Asa Sul, endereço que tem pertinência geográfica com a localização de Gana no período da realização da ação clandestina”. Em outro trecho, a investigação aponta: “O local inicial, onde a pessoa com o codinome Gana estava para cumprir a ação planejada, reforça que os investigados estavam executando um plano para, possivelmente, prender o ministro Alexandre de Moraes”.
Para se certificar que o militar identificado como Gana foi às imediações da casa de Moraes, a PF comparou o tempo de deslocamento da quadra onde mora o magistrado com as localizações indicadas pelo militar após a missão ser abortada. Como mostrou o Metrópoles, a operação foi cancelada graças a uma alteração na pauta do STF.
“Considerando que a ordem para abortar a missão foi dada às 20h59min”, resume o relatório, e há a “contextualização do conteúdo e horários das mensagens, são convergentes com a possibilidade de ‘Gana’ estar nas imediações da residência funcional do Ministro”, diz o documento.
Também chamou a atenção da PF o fato de Gana ter andado o percurso e tentado pedir um taxi, sem sucesso. “Tal fato explica o motivo de não ter utilizado o serviço de aplicativos de viagem (por exemplo, Uber), que deixaria registrado o local de embarque. Assim, ‘Gana’ tinha, inicialmente, o objetivo de pegar um taxi, que poderia, inclusive, pagar em espécie, sem deixar qualquer registro de localização e identificação”.
De acordo com os diálogos obtidos pela PF, ele andou até o shopping Pátio Brasil, onde foi resgatado pelo tenente-coronel Rafael de Oliveira, preso nesta quinta-feira. Rafael, segundo dados de conexão do seu celular (ERB), também esteve no local onde vive Moraes, cerca de um mês antes da missão cancelada. “A ERB do major Rafael de Oliveira é registrada na Asa Sul, na região da quadra da residência funcional do ministro Alexandre de Moraes”.
Últimas notícias

Saiba como será o funcionamento do comércio nos feriados da Sexta-Feira Santa e Tiradentes

Braga Netto recebe líder do PL na prisão e o parabeniza por articulação pela anistia

Condenado por estuprar sobrinha de 11 anos é preso em Olivença, Sertão de AL

Justiça de Alagoas derruba lei que cria Dia em Memória às Vítimas do Comunismo em Maceió
Nova lei de Gabi Gonçalves estimula participação feminina na ciência e tecnologia em AL

Batalhão da PM queima cruz em ritual com tom supremacista em SP
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
