Economia

Consumo das famílias maceioenses cresce acima da média nacional, diz Fecomércio

Enquanto o indicador subiu 1,7% na capital alagoana, o crescimento médio das capitais brasileiras foi de 0,7%

Por 7Segundos, com assessoria 24/01/2025 15h03 - Atualizado em 24/01/2025 15h03
Consumo das famílias maceioenses cresce acima da média nacional, diz Fecomércio
Centro de Maceió - Foto: Ascom Fecomércio

A pesquisa do Índice de Consumo das Famílias (ICF) indica crescimento de 1,7% do consumo, em Maceió, para o mês de dezembro; desempenho superior ao nacional, que ficou em 0,7%. O estudo do Instituto Fecomércio AL, realizado em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta, ainda, que o ano de 2024 findou com otimismo para consumo de bens duráveis, tendo este subindicador subido 8,8% na variação mensal.

Esse movimento foi puxado pelos incentivos ao consumo muito comuns no último mês do ano, como o pagamento do décimo terceiro salário, as festas de final de ano e as férias escolares, além do maior acesso ao crédito, que de acordo com a pesquisa, subiu 3,1%. “Observando a melhor na intenção de consumo de bens duráveis e o aumento do acesso ao crédito, podemos deduzir que, apesar de o crédito estar mais caro, esse custo não impactou o consumo no fim de ano, fazendo com que o consumidor aproveitasse as vantagens do parcelamento nas compras de itens como móveis, eletrônicos e eletrodomésticos”, avalia o assessor econômico do Instituto Fecomércio, Francisco Rosário.

De modo geral, quatro dos sete dos subindicadores que compõem o ICF estão acima dos 100 pontos, indicando que o consumidor de Maceió pode entrar em 2025 um pouco mais animado.

Recorte por renda segue a tendência iniciada em maio


Seguindo o desempenho registrado desde maio, a faixa de consumidores com renda mais alta (mais de 10 salários mínimos) é a que se mantém mais otimista, chegando a 158,7 pontos, melhor desempenho de 2024. Em termos percentuais, a variação mensal foi de 1,3%. Desempenho positivo também na faixa de consumidores com renda mais baixa (menos de 10 salários mínimos), que ganhou fôlego, em dezembro, e interrompeu a sequência de quedas registradas desde maio. Com isso, o último mês do ano cravou 109,5 pontos e subiu 1,9% comparado aos 107,5 postos deste mês.

Apesar de o consumo ser maior entre as famílias com renda menor, o economista ressalta que 96,2% dos empregados formais de Maceió recebem até 10 salários mínimos, sendo que cerca de 81% dos empregados formais recebem até três salários mínimos. Com isso, são as famílias de menor renda que acabam ditando o ritmo do varejo. “Os empresários do comércio de Maceió precisam redobrar as atenções para esse público, entendendo melhor as demandas atuais e adequadas para o momento do primeiro trimestre de 2025 e quais prioridades de consumo costumam mudar face às despesas e compromissos recorrentes nessa época do ano”, aconselha.

Indicadores de consumo terminaram 2024 positivos


Os indicadores de consumo atual e perspectiva de consumo finalizaram o ano em alta. No primeiro, o crescimento foi de 2,7% e, no segundo, de 2,4%. Neste último, o desempenho foi bem positivo se comparada à queda de -1,2% observada em novembro. Considerando o consumo por faixa de renda, as famílias de renda mais alta apresentaram um crescimento de 4,8%, em dezembro; crescimento maior do que o dobro do número atingido pelas famílias de menor renda, que foi de 2%.

“Analisando os últimos meses, há uma tendência de estabilidade na intenção de consumo das famílias de menor renda, provavelmente em função das limitações orçamentárias impostas pela inflação dos alimentos nos últimos meses e do custo do crédito”, observa, acrescentando que essa tendência de estabilidade já é resultado do custo de crédito mais alto após a inflexão nas decisões do Banco Central em setembro de 2024.

Expectativa profissional recua e reflete instabilidade


Em queda desde de junho, a expectativa profissional recuou -2,8 %, em dezembro, ao passo que as condições atuais do emprego aumentaram 2,5%. “Podemos assumir que essa confiança pode ter sido efeito dos empregos temporários do varejo que comumente são ofertados no último trimestre do ano”, ressalta Rosário.

Na decomposição por faixa de renda, percebe-se instabilidade em relação às famílias de maior renda. Nesta faixa, embora o subindicador de condição atual de emprego tenha crescido 1,5%, as expectativas futuras tiveram redução de -2,2%; dados que podem indicar que há uma grande entrada e saída do mercado de trabalho entre os componentes dessas famílias.