Saúde

Veterinário da Sesau dá dicas de como prevenir a Esporotricose Humana

A micose subcutânea pode afetar tanto humanos quanto animais e o número de casos tem crescido no Brasil

Por 7Segundos com assessoria 10/02/2025 14h02
Veterinário da Sesau dá dicas de como prevenir a Esporotricose Humana
Clarício Bugarim: “A esporotricose tem se tornado um desafio crescente para a saúde pública, especialmente devido ao aumento dos casos em áreas urbanas" - Foto: Olival Santos / Ascom Sesau

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alerta a população sobre a esporotricose, uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix, que pode afetar tanto humanos quanto animais. O coordenador do Programa Estadual de Controle de Zoonoses da Sesau, o veterinário Clarício Bugarim, destaca que a doença é considerada uma zoonose emergente no Brasil, se espalhando rapidamente em áreas urbanas, tornando-se um problema de saúde pública.

A transmissão da esporotricose ocorre principalmente por meio do contato direto com o fungo presente no solo, em plantas e em materiais orgânicos em decomposição. No entanto, o principal meio de infecção em humanos é o contato com gatos doentes, seja por arranhaduras, mordidas ou pelo contato com secreções do animal infectado.

“A esporotricose tem se tornado um desafio crescente para a saúde pública, especialmente devido ao aumento dos casos em áreas urbanas. É essencial que as pessoas estejam atentas aos sinais da doença e busquem orientação médica ao notar sintomas. Além disso, o cuidado com os animais é fundamental. Gatos infectados devem receber tratamento adequado, e a população precisa evitar o abandono, que contribui para a disseminação do fungo”, alerta o coordenador.

Sintomas e Diagnóstico


A esporotricose pode se manifestar de diferentes formas. A mais comum é a cutânea, que provoca lesões ulceradas na pele, principalmente nos braços e pernas. Em casos mais graves, a infecção pode se disseminar pelo corpo, atingindo pulmões, ossos e articulações, o que representa um risco maior para pessoas imunossuprimidas.

O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames laboratoriais, como cultura fúngica e testes moleculares. O tratamento envolve o uso de antifúngicos orais, como o itraconazol, e, em casos mais graves, medicamentos intravenosos, como a anfotericina B. O acompanhamento médico é essencial, pois o tratamento pode durar meses ou até anos, dependendo da resposta do paciente.

Prevenção e Cuidados


Para evitar a esporotricose, a Sesau recomenda algumas medidas preventivas, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como luvas e máscaras, ao manusear terra, plantas ou animais suspeitos. Também é fundamental higienizar corretamente arranhões e mordidas de gatos e evitar o contato direto com animais doentes.

Em 2024, foram registrados informalmente 20 casos de esporotricose humana em Alagoas. A Sesau reforça a importância do monitoramento da doença e orienta a população a procurar atendimento médico ao identificar sintomas suspeitos.

Notificação Compulsória


O Ministério da Saúde (MS) publicou, no mês de janeiro deste ano, que a esporotricose humana passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A decisão foi informada durante a 1ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2025, realizada em Brasília.

Ainda segundo o MS, a partir da notificação compulsória, o Ministério da Saúde trabalha na organização dos serviços de saúde do Brasil.


Entre as ações estão a elaboração de ficha de notificação e investigação no Sinan para apoiar os Estados, elaboração de protocolo de vigilância das micoses com fluxo da esporotricose humana detalhado, qualificações sobre o assunto para os profissionais de assistência à saúde e de vigilância, organização da rede diagnóstica laboratorial, além de planejamento estratégico na disponibilização de medicamentos antifúngicos para tratamento da esporotricose, considerando um provável aumento de demanda, diante à sensibilidade da vigilância.